"As Forças Armadas têm um papel central no sistema de proteção civil, tanto a nível nacional como aqui na Região Autónoma da Madeira".
O Representante da República na Madeira foi à cerimónia de evocações organizadas pelo núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes, designadamente o 104.º aniversário do Dia do Armistício da Grande Guerra, o 48.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar e o 99.º Aniversário da Liga dos Combatentes, deixar uma espécie de "indireta" ao presidente da Câmara do Funchal que defendeu o patrulhamento das ruas do Funchal por parte do Exército, embora também o tenha referido relativamente à GNR.
Ireneu nunca falou em Pedro Calado nem nas questões de (in) segurança da cidade do Funchal, em particular, ou da Madeira, no geral, mas a dado momento da sua intervenção, no contexto do apoio de Portugal à Ucrânia e do ressurgir da importância da NATO, apontou que a participação externa das Forças Armadas limitava-se a missões de manutenção de paz, em diversos pontos do Globo. Um tal ambiente, permitiu o repensar do papel doméstico das Forças Armadas.
Hoje, as Forças Armadas estão também vocacionadas para a resposta a problemas internos, designadamente em situações de emergência e calamidade. Vimo-lo recentemente durante a pandemia, em especial na organização do processo de vacinação. Mas as Forças Armadas têm um papel central no sistema de proteção civil, tanto a nível nacional como aqui na Região Autónoma da Madeira".
Ireneu acrescenta que "esta redescoberta do papel doméstico das Forças Armadas, assim como da sua participação em forças de paz noutros territórios, sendo positiva, e mesmo imprescindível, não pode diminuir ou esquecer o seu papel central, a defesa nacional contra ameaças externas à nossa segurança e tranquilidade".
Mas nesta intervenção, o Representante fez uma abordagem relativamente aos militares, sublinhando que "sendo certo que o nosso País não é de fartos recursos e que há tanto a que responder constantemente, nem por isso se pode deixar de dotar as Forças Armadas de meios humanos e materiais para o cabal desempenho da sua função.
Aliás, bom seria que a profissão castrense tornasse a ser olhada como uma carreira apelativa, desde logo por parte daqueles que sentem esse apelo; mas também por parte de outros que aqui pudessem encontrar um futuro profissional e um acolhimento institucional reconfortantes nestes tempos de incerteza. É aí, creio, que se joga o futuro de umas Forças Armadas que devem continuar motivadas, orgulhosas e plenamente cientes do seu papel".
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