"Nunca tivemos tanto e nunca estivemos tão distantes uns dos outros".
O presidente da Assembleia Regional, como se sabe líder do CDS e parceiro parlamentar do Governo de Miguel Albuquerque, do PSD, voltou a fazer uma intervenção que pretende alertar governantes para situações, com números, como por exemplo, e disse, "não podemos aceitar que 15 por cento dos madeirenses que trabalham sejam classificados de ‘pobres que trabalham’, isto é, pessoas cujo ordenado que ganham não é suficiente para pagar as suas despesas mensais...Nunca tivemos tanto e nunca estivemos tão distantes uns dos outros". Foram declarações na abertura do Fórum sobre o Combate à Pobreza e à Exclusão Social.
José Manuel Rodrigues não fez por menos e disse, com todas as letras que a riqueza, na Madeira, está mal distribuída. Muito crescimento, muito progresso, mas também muita pobreza, o que não "joga" com a imagem de prosperidade: "Temos taxas de crescimento económico em vários setores, sem paralelo na nossa história; temos um aumento muito significativo do Produto Interno Bruto, à volta de 7 mil milhões de euros no ano passado, mas temos uma persistência de índices de pobreza que não correspondem a esta realidade, o que nos leva a concluir que a riqueza criada na Madeira não está a ser distribuída de forma socialmente justa".
A persistente inflação que se verifica na Madeira, na ordem dos 3,3 por cento, muito superior à média nacional e europeia, e a enorme escalada dos preços da habitação, quer da compra quer do arrendamento, agravaram esta situação e precisam de respostas rápidas do Governo Regional.
O crescimento económico registado na Madeira, altamente positivo, tem de ter reflexos na vida das pessoas, nomeadamente no rendimento dos cidadãos, quer por via da redução de impostos quer através de um aumento dos salários.
Não há verdadeiro crescimento económico se este não for acompanhado de um real desenvolvimento social".
O líder do Parlamento acrescentou, num outro tema também atual, a imigração, que "os imigrantes são, hoje, decisivos no funcionamento da nossa economia, nomeadamente na construção civil, no turismo e na restauração, e não fora o seu trabalho, estaríamos longe dos ritmos de crescimento registados na Região.
Já nos habituámos de tal forma a esta realidade que, por vezes, nem temos a consciência do quanto estes imigrantes do Indostão - em especial são estes os que nos procuram - contribuem para a nossa vida coletiva. Mas cuidado com a forma como estamos a acolher e a tratar estas pessoas.
Não podemos tratá-las apenas como números, como ativos, como mera mão-de-obra de que precisamos para satisfazer as nossas necessidades".
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