Saúde "esgotada" na Região: há 31 doentes nos corredores à espera de camas vagas

Júlio Nóbrega diz que a prestação de cuidados de saúde está comprometida, diz que as 97 altas problemáticas devem ser resolvidas pelas famílias e pelas estruturas sociais.

As declarações do diretor clínico do SESARAM à Antena 1 Madeira representam um aviso muito sério para aquilo que pode vir a ser uma "bomba" na Saúde da Madeira, o que contrasta com a mensagem de tranquilidade dos responsáveis regionais pelo setor apontando para uma situação controlada.

Júlio Nóbrega não deixou nada por dizer e revela que a prestação de serviços de saúde tem a qualidade comprometida na Região, tanto no Hospital Dr. Nélio Mendonça como no Hospital dos Marmeleiros. Alerta para o que vem aí e se a situação já é considerada grave, a existência do tempo frio e das patologias respiratórias da época poderão provocar grandes problemas na prestação da assistência aos madeirenses.

O diretor clínico apresentou números para justificar as declarações, designadamente a sobrelotação da capacidade relativamente ao número de camas, a tal ponto de contribuir para que estejam 31 doentes nos corredores das urgências do Hospital Nélio Mendonça à espera de vaga para internamento. Ficam dois e três dias nos corredores, com doenças exigindo internamento, mas não podem receber a assistência com qualidade que era necessária.

Júlio Nóbrega diz que existe um total de 681 internados, 70 na unidade Covid, mas 97 correspondem a altas problemáticas, doentes que são ali deixados pelas famílias, o que na perspetiva do médico é uma situação que deve ter solução através das famílias, a quem pede colaboração desde já, mas também através da intervenção das estruturas sociais".

Recorde-se que o Dr. Júlio Nóbrega completou dois anos como Diretor Clínico do SESARM no passado dia 12 de março. No site do Serviço de Saúde, estão apontados os três principais desafios que enfrentou neste período.

1- Atender a todas as pessoas: utentes, seus familiares e profissionais de saúde 2- Lidar com a desconhecida COVID-19 3- Conciliar a diferenciação técnico-científica e Humanismo