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  • Foto do escritorHenrique Correia

Se a política fosse futebol: a "bola parece que aquece" quando chega ao PS


João Pedro Vieira em artigo no Diário: "A Madeira tem mesmo alternativa - mas para além de precisar dela, primeiro precisa de acreditar nela".



Em ano de eleições regionais, há um assunto que inevitavelmente vem para debate: que oposição terá o PSD, a coligação melhor dizendo, suficientemente forte para fazer preocupar a governação ou colocar em causa os resultados que tanto Miguel Albuquerque, líder do PSD-M, como Rui Barreto, líder do CDS, esperam? É uma questão que se colocará, cada vez com maior pertinência, à medida que se aproximam as eleições.

Sobre o PS recai uma grande responsabilidade enquanto maior partido da oposição, mas a meia dúzia de meses do ato eleitoral não parece capaz de se afirmar como a alternativa que foi em 2019. E nem se sabe se terá argumentos para, pelo menos, contribuir para a retirada da maioria absoluta à coligação PSD/CDS. Mas as perspectivas dão mais para a perda do que para o ganho no número de deputados.

Um destes dias, pudemos ler no Diário um artigo muito pertinente de João Pedro Vieira, antigo secretário-geral do PS-M e vereador da coligação na Câmara. Toca precisamente numa questão que se coloca à família socialista e que porventura deixa pouca margem de "contágio" relativamente a novos votantes, como por exemplo aconteceu em 2019, onde o eleitorado transmitiu um caudal de confiança no PS-M, com Paulo Cafôfo, que o partido não foi capaz de segurar depois.

João Pedro Vieira escreve que "surpreende que ao fim de quase 50 anos de governação continue a existir tanta dificuldade na oposição para afirmar-se como alternativa. É nela que deve concentrar-se o meu PS. Porque há alternativa e é preciso torná-la clara". E mesmo com o coração a falar, o socialista deixa aquela que, em nossa opinião, é a questão fulcral que se coloca ao PS-Madeira. "Quatro anos depois, não se compreenderá que o PS abdique de ir a eleições para ganhar e que se satisfaça com aritméticas que apenas traduzem a condenação da Madeira a andar para trás. Evitá-lo implicará capacidade de envolver e de multiplicar com maior eficácia, proximidade e combatividade uma mensagem simples: é que a Madeira tem mesmo alternativa - mas para além de precisar dela, primeiro precisa de acreditar nela. Na nossa Madeira, no nosso PS".

A Madeira tem alternativa, diz João Pedro Vieira. Mas para além de precisar dela, precisa de acreditar nela. E é aqui que está o problema, os madeirenses ainda não acreditam o que é preciso para dar ao PS-M a dimensão que precisa para fazer, no mínimo, o que fez em 2019.

E talvez João Pedro Vieira tenha uma das explicações: "Em 2019, o meu PS lutou para ganhar eleições e retirou, pela primeira vez, a maioria absoluta ao PSD - mas, apesar disso, o meu PS não se satisfez com os 19 deputados que elegeu, porque o que queria mesmo era governar para mudar a Madeira. E não se satisfez de tal forma que houve quem tivesse sentido a necessidade de mudar quase tudo o que tantos frutos deu para iniciar um ciclo novo".

O médico socialista não percebe as dificuldades de afirmação da oposição, mesmo que do lado da governação isso seja explicado com uma perfeição de governos do PSD. Mas a verdade é que as oposições têm sido fracas, têm sido incapazes de atingir a dimensão. E quando anda perto, rompe por dentro. Se fosse no futebol, dir-se-ia que a "bola parece que aquece", que "queima" quando chega ao PS.

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