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  • Foto do escritorHenrique Correia

Sendo o CHEGA a "solução" e Albuquerque o "problema" é contar já com eleições...

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Não foi como sempre. E não sendo como sempre, as estratégias de sempre também não resultaram. Daí esta nova modalidade de se sentar à mesa para negociar.





O quadro político da Madeira está muito perto de uma "encruzhada". Se já não está lá mesmo. E a retirada do Programa de Governo foi apenas um expediente visando ganhar tempo à espera de uma alteração no sentido de voto fundamentalmente do CHEGA, uma vez que não se vislumbra que tanto o PS como o JPP alterem o voto contra que iriam confirmar se o Programa não fosse retirado para posterior reapresentação.

Miguel Albuquerque tenta ganhar tempo, falhou a estratégia de uma maioria simples com a abstenção de CHEGA, PAN e IL, se bem que o PAN esteja muito mais perto da aprovação a avaliar pelos elogios que nos últimos dias tem feito ao Programa de Governo, que segundo Mónica Freitas inclui várias propostas defendidas pelo PAN, mesmo sem ter havido reuniões formais para o efeito, facto que a parlamentar desvaloriza.

Mas de resto, com a realidade de hoje e com as condições conhecidas por parte dos partidos com poder de decisão, no caso, PS, JPP e CHEGA, chegamos à fácil conclusão que o Programa de Governo não iria passar hoje nem vai passar quando volta a ser apresentado. E isto é muito fácil de perceber, uma vez que não só será quase impossível convencer, com medidas, quem se considera em posição de ser alternativa de governo, no caso o PS e o JPP, como também da parte do CHEGA o que está em causa não é uma questão de negociar medidas mas sim a liderança de Miguel Albuquerque, o que já se percebeu que é inegociável, e isso tudo junto dá uma mistura "explosiva" para conduzir a Região ao chumbo do Programa e a um governo de gestão, em duodécimos, até novembro, após o que será desencadeado novo processo eleitoral, por parte do Presidente da República, que marcaria novo ato eleitoral para janeiro de 2025.

Tendo em conta os dados disponíveis hoje, não é difícil que o impasse se mantenha. E chegámos aqui por um conjunto de equívocos, o maior dos quais foi a garantia do CHEGA, dada ao Representante da República, que não iria bloquear o Programa de Governo, o que acabou por não ser verdade. Ireneu Barreto foi induzido em erro pela "disponibilidade" do CHEGA, talvez fosse mais uma "boa vontade" de Miguel Castro, que não a de Ventura, o que terá levado a uma posterior maior rigidez no sentido de voto, que passou de previsível abstenção, para um voto contra se Miguel Albuquerque se mantiver à frente do PSD-M.

Passamos a outro equívoco. Como Ireneu tinha essa garantia, Albuquerque jogou na abstenção de CHEGA, IL e PAN. E como tinha maioria simples (21 contra 20 de PS e JPP), o Programa passava, pelo que não precisava negociar, era suficiente "acenar" com algumas ideias e medidas generalistas dos programas eleitorais dos outros partidos para chegar, ver e vencer. Como sempre. Só que não foi assim, não foi como sempre. E não sendo como sempre, as estratégias de sempre também não resultaram. Daí esta nova modalidade de se sentar à mesa para negociar. Era por aí que tudo deveria ter começado. Poupava-se tempo, tínhamos evitado uma certa radicalização do debate que dificulta sempre qualquer negociação. Além de que, nesse caso, o PSD e Albuquerque tinham ido para esta discussão com outra legitimidade negocial. Primeiro negociar e "partir pedra" , depois levar o Programa a votos. Não o contrário. É difícil para que não tem escola de negociação e manda fazer porque sim, mas não há outra forma neste exercício democrático.

Não se percebe como é que Albuquerque vai dar a volta sem uma grande reviravolta. Mas na dialética político partidária tudo é possível, mesmo o que parece impossível. Desde que o diálogo não seja um monólogo.

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