Socialistas descontentes com o que consideram lapsos estratégicos nas escolhas de candidatos socialistas. Porto Santo, costa norte, mulheres socialistas e comunidades podem ficar de fora. De fora, já estão Paulo Cafôfo, Miguel Gouveia, Élvio Jesus, Jaime Leandro e Miguel Iglesias.
Pedro Calaça Vieira, líder da JS-M, está em 21º na lista do PS às Regionais. É também o primeiro candidato da lista a representar os concelhos a norte.
A elaboração das listas não é um processo fácil. Em qualquer partido. Muito menos no PS Madeira, o partido que se assume como alternativa a quem governa e que, por um conjunto acrescido de circunstâncias, também por nunca ter sido Governo na Região, não pode ter falhas estratégicas para, em primeiro lugar, unir as diferentes estruturas partidárias, e depois tentar ganhar eleitorado.
Não era missao fácil aquela que estava atribuída a Sérgio Gonçalves, um líder que além do trabalho de preparação de imagem, tinha atrás de si o melhor resultado do partido, em 2019, quando pela primeira vez o PSD perdeu a maioria absoluta e foi obrigafo a coligar-se com o CDS para manter a governação da Madeira. Era muito de uma vez só, era muito para conquistar em pouco tempo, segurar a sua liderança e segurar o eleitorado, sabendo-se que isso já era dificil a qualquer líder.
Mas são várias as fontes ligadas ao partido que apontam problemas sérios na lista de candidatos às Regionais, alguns deles já tínhamos abordado numa outra peça, como seja por exemplo a "dispensa" de dois ativos importantes, os autarcas vencedores no Porto Moniz e Machico, respetivamente Emanuel Câmara e Ricardo Franco. De fora ficam nomes como Miguel Gouveia, Paulo Cafôfo e Miguel Iglesias, entre outros.
Mas há mais sinais de descontentamento em diversas frentes, desde Logo a ausência da Juventude Socialista em lugar elegível (Pedro Calaça 21.º), tendo por base o número de deputados que o partido tem neste momento, resultado da sua votação elevada em 2019 e que dificilmente será repetida. Os jovens da JS ficam, assim, fora do Parlamento depois do 4.º lugar de Marina Barbosa em 2019. Tudo isto, claro, tendo por base uma avaliação, no mínimo, com o número atual de deputados (19).
Sérgio Gonçalves apresentou uma lista, como diz, que se destaca por "garantir uma expressiva percentagem de novos nomes – incluindo personalidades da sociedade civil –, por ser inteiramente paritária, inclusiva e por conjugar as componentes da juventude, experiência e competência em torno do objetivo de concretizar a alternância governativa na Madeira".
Aguns socialistas admitem que é importante renovar, mas dizem que deve haver um sentido para melhor, o que na opinião dos mesmos não acontece. E apontam outros "lapsos" estratégicos que visam "desperdício" de ativos: saídas de Élvio Jesus, Jaime Leandro e Sara Seixas, Sofia Canha corre riscos de ficar de fora; presidente das mulheres socialistas pode também não ser eleita, o mesmo acontece com a representação recentemente criada das comunidades (Jesus Santana em 25.º); costa norte sem candidato em lugar elegível, o primeiro é Pedro Calaça, do Porto Moniz em 21º.
Paulo Bruno Ferreira, anterior presidente da Junta de Freguesia de São Gonçalo, é candidato que o PS liga a Câmara de Lobos, ao mesmo tempo que Nilson Jardim surge candidato de Santa Cruz quando é membro da Assembleia Municipal de Câmara de Lobos.
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