Sindicato dos Jornalistas propõe 1 hora solidária face a despedimentos no JN

O Sindicato diz agora o que já devia ter dito há muito tempo: “É tempo de deixar no passado a velha máxima ‘o jornalista não é notícia’ e olhar de frente para os problemas na classe.

O Sindicato dos Jornalistas fez uma proposta à classe face à intenção do grupo Global Media de despedir centena e meia de profissionais alegando dificuldades económicas e assumindo a medida como sendo necessária para não fechar, um argumento muito utilizado pelas empresas para justificar gestões sem critério.

A proposta do Sindicato é a de 1h de paralisação no dia 6 de janeiro em todo o território de Portugal Continental e ilhas, como forma de demonstrar que “os jornalistas estão atentos aos grandes desafios do sector”.

Nos dias 6 e 7 de dezembro, o Jornal de Notícias (JN) cumpriu uma greve contra as intenções da administração o que levou a que pela primeira vez em 135 anos de história o jornal não tivesse saído durante dois dias, lembra o Expresso.

O Sindicato diz agora o que já devia ter dito há muito tempo: “É tempo de deixar no passado a velha máxima ‘o jornalista não é notícia’ e olhar de frente para os problemas na classe, sem medo de os denunciar, certos que o necessário reforço dos laços de solidariedade não afetará a saudável concorrência entre as várias marcas”, escreve o sindicato, recordando que os jornalistas “são pessoas”, que “trabalham em empresas, que têm casas (nem todos, infelizmente) e famílias”. “E se têm salários em atraso, se não recebem o subsídio de Natal, se são vítimas de assédio ou de violência, não podem deixar de ser notícia só porque são jornalistas”.

Ora, nem mais. Mas chegam tarde a uma realidade que começou há muito tempo quando o sindicato assobiava para o lado.