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Terá o PS-M tempo para admitir, refletir, incluir e unir?

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia



Chegarão os socialistas a tempo de numa conjuntura que lhes seria favorável passarem à fase seguinte sem a disputa interna e eterna de saber quem teve a "melhor derrota" da história democrática para o Governo Regional.



Mais uma vitória do PSD-Madeira. Mais uma derrota do PS-Madeira. Não foi diferente do que se passou na história democrática da Região. Umas vezes derrotas mais acentuadas, outras menos, mas derrotas sempre e com líderes diferentes, entre eles estiveram nomes como Emanuel Jardim Fernandes, José António Cardoso, Mota Torres, Victor Freitas, Jacinto Serrão, Sérgio Gonçalves, Carlos Pereira, Paulo Cafôfo, Emanuel Câmara, João Carlos Gouveia...Um autêntico desfile de lideranças precisamente coincidentes com a hegemonia do PSD. Eram todos maus líderes e sem projeto credível junto do eleitorado? Não houve, entre os nomes descritos, nem um capaz de liderar um projecto vencedor e aproveitar uma oportunidade, nem que fosse uma só, para chegar ao poder regional, como acabou por acontecer em alguns projetos locais? Não houve essa mobilização para o Governo e o Partido, com este histórico, chegou a um momento em que tanto a liderança de Paulo Cafôfo deve repensar, uma fatalidade das lideranças, com frontalidade e seriedade, os fracos resultados do último domingo, como também os anteriores líderes devem assumir que, embora alguns tenham obtido "melhores derrotas", não podem fazer desses resultados uma arma de arremesso para nova guerrilha interna talvez a dois meses de eleições regionais antecipadas. Em boa verdade, alguém acredita que depois desta prestação nas eleições de domingo e uma contestação cada vez mais acentuada à liderança de Paulo Cafôfo desperdiçando talvez a oportunidade histórica de um bom resultado com o PSD em crise e com casos judiciais, o PS-M seria capaz de, em dois meses, mudar outra vez de líder, pela enésima vez, mas agora um líder mágico que transformaria o partido de tal modo que ganhava as Regionais no meio desta confusão interna? Neste momento, como as coisas estão, a única transformação visível poderá ser a conquista de uma "derrota melhor", que mantenha o PSD sem maioria absoluta e que, por essa via, aumente a influência do Partido Socialista. Agora, em dois meses, fazer eleições internas, mudar de líder e virar este resultado ao contrário, pode acontecer num "conto de fadas", mas o mundo real é mais complicados para passos de mágica.

Paulo Cafôfo teve uma oportunidade histórica em 2019. O PS também. Num quadro diferente e entretanto já ocorreram tantos problemas. Cafôfo cometeu vários erros, desde logo o de centrar o projeto na sua figura e, na realidade, também não terá sido feliz em algumas escolhas. E cometeu outro erro antes das eleições quando deixou que a euforia de vitória antecipada dominasse a apresentação das listas quando eclodiu o caso judicial que atingiu a cúpula do PSD e do Governo. As pessoas não gostam destes aproveitamentos e quando Cafôfo se apercebeu disso inverteu a estratégia mas já era tarde. E finalmente, mais um erro decisivo, o de fazer uma "fuga para a frente" face a um mau resultado numa conjuntura que, para si, parecia com a conjuntura favorável. Devia ter assumido a derrota com uma reflexão interna, mesmo tendo em conta que as Regionais são eleições diferentes, mas não tão diferentes para dar um resultado ao contrário. Cafôfo não poderá fugir a essa reflexão. Antes que seja tarde.

Partindo do princípio que o Presidente da República vai marcar eleições, o PS-M será forçado a uma reação contra-relógio. Como disse João Pedro Vieira, o partido deve "refletir sobre aquela que tem sido a sua estratégia ao longo das últimas semanas, reorganizar-se e apresentar um projeto alternativo renovado a todos os madeirenses, que possa colher a simpatia da maioria do eleitorado".

Ou como defende Emanuel Câmara: "O PS-Madeira tem duas hipóteses para o futuro: continuar o que fez desde a noite de domingo, ignorando o evidente e entretendo-se com justificações e aritméticas risíveis ou ouvir o que os madeirenses dizem e compreender que é preciso corrigir caminho...Os madeirenses não nos perdoarão se, perante a oportunidade de mudarmos o poder na Região, formos novamente incapazes de apresentar a melhor alternativa possível às próximas eleições. Uma alternativa que replique o melhor de 2019: que agregue em vez de afastar; que inclua os nossos melhores em vez de excluir; que tenha representatividade e dinâmica local; que apresente renovação geracional e que tenha credibilidade junto da sociedade civil".






 
 

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