Ou o CHEGA vai até ao fim com o que defende, ou admite rapidamente mudança de opinião (que podendo ser estranha é legítima) e viabiliza o Programa, abstendo-se por exemplo, ou então só pode andar a brincar com o eleitorado.
Dizem que agora é que é, que o Programa de Governo vai passar na Assembleia Regional, onde já foi entregue, e tudo para resolver num único dia, quinta-feira, 4 de junho. Um "contra relógio" que tem a ver com prazos, uma vez que o Programa deve ser apresentado até ao limite de um mês após a tomada de posse, o que daria 6 de julho. Foi escolhido o dia 4 e uma metodologia em versão acelerada porque a última coisa que o Governo quer é perder mais tempo com debate.
Não se sabe o sentido da votação do partido que tem a "faca e o queijo na mão", o CHEGA. E percebe-se a indefinição e as razões que levam a uma grande reserva sobre o que Miguel Castro irá fazer. Já disse de tudo, desde o sim ao não passando pelo talvez. Já fez do chumbo, por causa de Albuquerque, a bandeira do CHEGA. Disse inclusive que para uma pergunta direta, uma resposta direta quando foi entrevistado pela RTP-M. pMas não, já depois disso remeteu para o dia da votação. Se a bandeira não mudasse, ficaria a mesma que tanto propalou durante tanto tempo através de uma declaração "com Albuquerque, não". Um não que às vezes pode ser sim, um sim que até pode surgir em forma de abstenção, o que para Albuquerque seria uma vitória por maioria simples e seria, também, a primeira demonstração pública de utilidade dos dois votos CDS, totalizando 21 contra 20 do PS e JPP.
Mas já hoje, o líder nacional do CHEGA veio tecer considerações sobre o assunto Madeira. E de novo lançando uma certeza à maneira do CHEGA - voto condicionado à saída de Miguel Albuquerque - mas lançando a dúvida quando diz que "não fecha cenários" ou quando refere que "pode haver alguma evolução de acontecimentos nas próximas horas e nos próximos dias, talvez, mas sem cedermos nestes princípios fundamentais”. Remete para uma reunião, hoje à noite, das estruturas nacionais com a participação de Miguel Castro.
A verdade é que estas posições do CHEGA, fechando e abrindo a porta a Miguel Albuquerque, lançam mais dúvidas do que certezas. Começa a ser difícil compreender a credibilidade de uma condição (sim ao Programa sem Albuquerque) que se sabe não poder acontecer porque Albuquerque não sai, e ainda assim admitir uma evolução. Que evolução?
Ou o CHEGA vai até ao fim com o que defende, ou admite rapidamente mudança de opinião (que podendo ser estranha é legítima) e viabiliza o Programa, abstendo-se, ou então só pode andar a brincar com o eleitorado.
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