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Foto do escritorHenrique Correia

A massificação do turismo preocupa o Governo; por isso é que fala...



Claro que o perigo da massificação existe, mas também devemos ter, nessa luta contra, uma visão equilibrada do destino sob pena de querermos um Mónaco, termos preços de um Mónaco mas estarmos na Madeira.



O Governo Regional está preocupado com os perigos da massificação do turismo. E a preocupação é de tal ordem que primeiro foi o presidente do Executivo a sublinhar a necessidade de evitar essa massificação, mas depois foi o secretário regional do Turismo que desta vez escolheu o JM para deixar esta mensagem de confiança para convencer que está tudo controlado e que este "boom" turístico que atingiu a Madeira, é bom para a economia, dá rendimento, e o chamado "turismo de pé descalço" é reduzido face ao que efetivamente deixa receita que se veja.

Só o simples facto de num espaço curto a massificação vir a debate e ainda por cima através do Governo, significa que os riscos estão detetados e que o exemplo de uma certa operação do Algarve, salvo as devidas proporções de tipo de oferta e tipo de procura do massificado turismo algarvio que nada tem a ver com a disponibilidade de camas do mercado regional.

Mas a Madeira corre ou não riscos de haver massificação do turismo em larga escala? Em larga escala talvez não, mas corre esse risco até um determinado ponto. As viagens aéreas são caras em época de "ponta" mas são baratas o resto do ano, sobretudo nas companhias low cost. Os hotéis têm preços elevados, o alojamento local pode ser alternativa mas esperem até aparecer o alojamento "pé descalço", a chamada oferta paralela, mais barata, com poucos direitos, com poucos deveres, mais ou menos como está a acontecer com o aluguer de carros, um serviço que já anda em iniciativa particular individual.

Claro que o perigo da massificação existe, mas também devemos ter, nessa luta contra, uma visão equilibrada do destino sob pena de querermos um Mónaco, termos preços de um Mónaco mas estarmos na Madeira e quem aqui vive acabar por ter uma espécie de "cerca financeira" para aceder a bens e serviços, designadamente na habitação, nas férias cá dentro, como exemplos.

O Governo deve fazer, e bem, uma recomendação de qualidade para o destino Madeira. Mas esse desejo não pode ser obsessivo como acontece com o imobiliário onde parece que só se constrói para o luxo e atira-se para a periferia muito periferia os apartamentos disponíveis para quem é jovem da terra.

Julgo que ainda estamos a tempo de equilibrar a Madeira sem afastar os madeirenses do projeto e mesmo satisfazendo a "clientela" que nestas dialéticas da política conta nuito para vagas de fundo e para "privatizar" interesses e apostas públicas falidas com promessas de apoios públicos e outras "compensações" legais. Percebem?

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