Albuquerque "esgota" tudo com Jorge Carvalho
- Henrique Correia

- 30 de jun.
- 3 min de leitura
Esta candidatura surge muito mais como missão para servir o partido e Albuquerque do que propriamente para servir uma eventual carreira política do próprio Jorge Carvalho.

O desespero de Miguel Albuquerque foi tão grande que sentiu a necessidade de recorrer ao seu número dois do Governo, tirando o próprio Albuquerque, para resolver o grave problema na Câmara do Funchal depois do médico José Luís Nunes ter ficado no remoinho da escolha das listas e ter chegado à conclusão do género "isto não é para mim". Foi na escolha dos nomes, o que não seria nos andares a mais e nos licenciamentos.
Albuquerque escolheu o número dois, não foi um qualquer, foi logo ao topo para "cortar pela raiz". Jorge Carvalho foi um secretário que não deu problemas, teve áreas difíceis, a Educação e o Desporto, é o governante mais antigo desta era "albuquerquista", chegou a um patamar que esta candidatura surge muito mais para servir o partido do que propriamente para servir uma eventual carreira política do próprio Jorge Carvalho. Não se sabe se se perde um bom secretário e não se ganha um bom presidente de Câmara, obviamente se a coligação ganhar as eleições. Se perder, Jorge Carvalho perde tudo, Albuquerque perde nada e desaparece um futuro presidente do Governo, mesmo de transição, como chegou a ser hipótese recentemente na crise dos processos judiciais em que o presidente do Governo é arguido. Jorge Carvalho aparecia sempre em cima da mesa, da última vez até apareceu em segundo, Eduardo Jesus era a hipótese número um caso o Presidente da República aceitasse um líder de trasição. Se não aceitou com Centeno, na República, não ia aceitar na Região. E hoje, a hipótese Eduardo Jesus foi arrasada com aqueles desabafos do "ca..." na Assembleia. Afinal, Albuquerque não pode sair por falta de alternativas internas?
Tenho muitas dúvidas em ver esta candidatura como um patamar acima. Jorge Carvalho já está acima, não é um secretário qualquer, é o número dois. A Câmara será, por isso, uma espécie de missão que serve muito mais a Miguel Albuquerque num momento em que a aposta não podia falhar, mesmo quando há uma oposição fraca, como e a do PS, que insiste em soluções que não representam qualquer novidade e empurram o partido para baixo num contexto em que a eventual abertura a independentes seria uma boa opção para tirar partido desta baralhada da coligação. O PS, uma vez mais, deu tempo para tudo, deu tempo para o PSD errar e se recompor e permitiu ao JPP adotar uma postura de novidade com a candidatura de Fátima Aveiro para a Câmara do Funchal e Élvio Sousa para a Assembleia Municipal. O JPP está, cada vez mais, a afirmar-se perante a apatia do PS-M, com o devido respeito por Paulo Cafôfo e Rui Caetano, o candidato, que certamente fazem o que podem neste desmoronar das estruturas, do ânimo e da mensagem que efetivamente não está a passar no eleitorado.
Esta situação relacionada com o Funchal e as reações e posições subsequentes, demonstram que o PSD tem todo o tempo do mundo. Para errar, para parar, para emendar, para resolver e, se calhar, para ganhar, não seria estranho tal a inércia contrária quase generalizada. Tirando o JPP, em alta, e o CHEGA, numa outra perspetiva, parece que a oposição, na Madeira, foi desativada. E é pena, uma vez que uma oposição forte é bom para a oposição, mas também é bom para o Governo. Para as pessoas sobretudo.
Se não houver um "click" qualquer, errar pode continuar a ser vencer...





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