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  • Foto do escritorHenrique Correia

"Assaltados" na base da alimentação



A população está a ser "assaltada" na base da alimentação, não é nos produtos supérfluos, é mesmo no essencial.




A subida de preços nos supermercados, nos mercados, com exceções relativamente a alguns vendedores, e nas frutarias, para falar do básico, é um verdadeiro escândalo. Não é preciso fazer estudos nem é importante saber se a liberdade de atribuição de preços permite legalmente a situação. É um escândalo na mesma e um escândalo dos grandes, que exige das autoridades uma intervenção firme, com as atribuições e a legislação possíveis. A população está a ser "assaltada" na base da alimentação, não é nos produtos supérfluos, é mesmo no essencial.

Qualquer cidadão comum, e esta história faz-se da vida de cidadãos comuns, é diáriamente "atacado" na aquisição de produtos que subiram 20, 30, 40 ou mais por cento. Com uma argumentação recorrente da guerra do golfo, dos combustíveis que descem mas para a justificação do "roubo" sobem todos os dias, da energia que até desce mas mantém-se como argumento para esta subida enorme de preços. E continua esta vertiginosa ascensão que atinge a população e deixa sem palavras as instituições que existem mas que pelos vistos não têm meios legislativos para poderem atuar em função desta conjuntura sem enquadramento legal de combate.

Esta semana, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou ter sinalizado em 2022, margens médias de lucro bruto nos supermercados de até 50%. Verdade? Isso foi onde? Se tivermos em conta que não pode haver referência a supermercados sem incluir as grandes superfícies dos grupos Pingo Doce e Continente, sendo que estas estão em peso na Madeira, podemos concluir que a realidade, além do continente português, também é verificada na Região. Logo, o que disse o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, que "as margens médias de lucro bruto foram de 20 a 30% em produtos como açúcar branco, óleo alimentar e dourada, de 30 a 40% nas conservas de atum, azeite e couve coração, e de 40 a 50% nos ovos, laranja, cenoura e febras de porco e no caso da cebola foi superior a 50%", tem correspondência na Madeira, onde a generalidade dos preços dos grandes grupos têm âmbito nacional. Daí ser uma realidade abrangente.

"Queremos abranger toda a cadeia, desde o índice de preços agrícola até à distribuição. É essa a informação que estamos a recolher, ouvindo as explicações dos operadores. (…) Este é o tempo da fiscalização", afirmou o ministro da Economia, António Costa Silva.

Claro que os operadores serão ouvidos, provavelmente dirão que os elevados aumentos na origem têm inevitável e implacável reflexo no consumidor. Muito provavelmente a ASAE fica com esta avaliação na "mão", mas regista-se pelo menos a preocupação sobre este assunto.

E torna-se evidente que relativamente à Madeira, as limitações são grandes neste âmbito da subida de preços, sendo que recentemente, ao JM, o responsável da ARAE, Miguel Rosa, anunciou a instauração de 13 processos mas também disse que o Governo da República é quem tem competências para tabelar preços e deveria fazê-lo, só depois a Região estaria em condições de adaptar.

Portanto, enquanto se discutem estudos, avaliações, legislações e adaptações, não temos outro remédio que não seja continuar a viver esta realidade em que os consumidores são diariamente confrontados com preços livres, elevados e em completa dissonância com os rendimentos da população. Mas o tempo do País e das instituições não é o tempo das pessoas. E sendo assim, o tempo real vai delapidando as gentes que desesperam por atitudes de um outro tempo, que quem não soubesse como funcionam as instituições deste país, diria que é virtual.

Acham que, assim, isto vai dar coisa boa? Não estarão a brincar com o "fogo"?

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