"Passou-se de um período em que "reinava, por completo, a ditadura onde não havia liberdade de expressão" para um tempo, que classificou de "liberalismo anárquico, onde qualquer pessoa diz o que quer, faz o que quer".
O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, apelou hoje, na sessão comemorativa dos 49 anos do 25 de Abril de 74, que decorreu na Sala da Assembleia Municipal, à reflexão sobre o estado e futuro do país
Calado diz que "a Revolução dos Cravos não é partidária, mas sim do português, daí que a autarquia opte por um modelo de celebração que é apartidário e aberto a todas as pessoas.
Na sua mensagem, além da exaltação do 25 de Abril, pela sua importância «para todos os portugueses», Pedro Calado afirmou que é "importante" que se faça "uma reflexão", nomeadamente sobre como era Portugal antes de 25 de Abril de 1974, "o que é que foi» durante esse período e «no que é que o país se tornou depois", refere uma nota publicada nas plataformas digitais da CMF.
Apontando que "o 25 de Abril não é uma comemoração partidária", isto é, não pertence ao "partido A ou B", mas sim de todos os portugueses, Pedro Calado fez questão de salientar que depois do "desenvolvimento político e social, hoje, mais do que nunca" urge ter "uma consciência acima de qualquer partido político e pensarmos se é este o caminho e rumo que queremos para o futuro".
Até porque, como realçou, passou-se de um período em que "reinava, por completo, a ditadura onde não havia liberdade de expressão" para um tempo, que classificou de "liberalismo anárquico, onde qualquer pessoa diz o que quer, faz o que quer, da forma como entende e acho que as pessoas têm de pensar muito bem sobre a organização que o país tem e sobre a forma como o país está a ser desenvolvido".
O problema, sintetizou, é que, agora, "qualquer pessoa, sob o regime do anonimato", usa as redes sociais "para dizer aquilo que quer e lhe apetece", pondo em causa pessoas e instituições, sem se lher ser assacada qualquer "responsabilidade", razão pela qual, advoga, se deve pensar bem no caminho que se quer para o futuro, sendo imperioso, «sobretudo, que as gerações novas entendam que há uma evolução democrática» e que «muita coisa melhorou e bem, mas que continuamos a ser um país pobre, sem rumo, sem estratégia, um país onde as grandes reformas continuam todas por fazer e onde este liberalismo anárquico vai condicionar muito o crescimento e desenvolvimento do nosso povo".
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