Antigo presidente tem desgosto se for o Chega ao lado do PSD e escreve isto da Iniciativa Liberal: "É dirigida por ex-socialistas e radicais de “esquerda”, falhados nos respectivos folclores, liberais é que não são".
A sondagem publicada pelo JM, que na realidade vale o que vale atendendo ao universo de consultas que acaba por desvirtuar algumas realidades quase impossíveis de acontecer, tem mesmo assim uma tendência que é bem possível ocorrer nas eleições deste ano para as Regionais.
Parece natural que a coligação PSD/CDS tenha mais votos, não vale a pena ver quanto vale cada um na medida em que será uma conta para não ter em conta na contabilidade percentual, só nas negociações, mas a vitória não parece estar em perigo. Agora, a maioria absoluta sim, pode estar em risco e condicionar toda a estratégia de formação de governo, que nesse caso poderia alargar a coligação ou poderia enveredar por acordos de incidência parlamentar. Pela sondagem, a coligação precisa de um deputado para completar os 24 da maioria absoluta. E pelo que se sabe, só o CHEGA admite acordos com PSD/CDS. Fica dificil para a maioria social democrata admitir essa hipótese, mas a verdade é que, de alguma forma, Miguel Albuquerque tinha alguma "sensação" que podia precisar do Chega e nunca fechou totalmente a porta. O que não se sabe, mas calcula-se, é o impacto interno de uma realidade dessas.
Parece natural que o PS tenha dificuldade de chegar a um patamar de poder discutir a vitória, sendo que o melhor cenário poderia dar uma posição, no máximo, de 15 ou 16 deputados. Parece natural que o JPP suba, até com uma percentagem superior à da sondagem, atendendo a que tem desenvolvido uma oposição assertiva e incisiva, que certamente o poder não gosta e não é o modelo do PS-M, muito mais conservador na sua postura de confronto com o Governo.
Natural, também, as subidas do Chega e da Iniciativa Liberal, por razões diferentes. O Chega pelo protesto assente na figura de André Ventura, a Iniciativa Liberal pela necessidade de dar alguma diversidade no Parlamento, no fundo recuperar um pouco o figurino de que a ALRAM já teve.
Finalmente, natural o desaparecimento do PCP, um resultado que é consequência da queda que vem acontecendo há algumas eleições e que se acentuou com a recente liderança nacional muito fraca.
Mas quem já está a preparar terreno é Alberto João Jardim, o antigo presidentedo Governo, que já manifestou o desgosto de ver o Chega ao lado do PSD, mas agora aumentou o tom do seu estilo muito especial mas metendo pelo meio a Iniciativa Liberal. Jardim está a tentar construir um cenário com o objetivo de desencorajar o voto na Iniciativa Liberal ligando este partido com "chavões" que já pegaram mais do que agora. Jardim escreveu no Twitter: "Denuncia-se o que, de cosmética, se passa com a Iniciativa “liberal”(?...) na Madeira. É dirigida por ex-socialistas e radicais de “esquerda”, falhados nos respectivos folclores, liberais é que não são, e que querem “mostrar serviço”aos
“chefes”do socialismo/comunismo, juntando-se-lhes".
Comments