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  • Foto do escritorHenrique Correia

Debates e campanhas têm efeito zero na Madeira




Temos instituições, temos sistemas, temos candidatos, temos partidos e temos eleitores. E temos esclarecimentos?



Vivemos em Democracia, felizmente que assim é no menos mau dos sistemas, temos uma Constituição que estabelece direitos e deveres, uma lei eleitoral que estipula prazos para campanhas, alertas para a necessidade de comportamentos equidistantes dos candidatos na relação com os cargos que ocupam, além da previsão de debates que supostamente visam dar voz as diferentes candidaturas e supostamente esclarecer dúvidas.

Temos tudo isto, temos instituições, temos sistemas, temos candidatos, temos partidos e temos eleitores. E temos esclarecimentos? Ficamos mais esclarecidos com tudo o que é debitado nesses debates e nas campanhas. Obviamente não, os modelos estão gastos, tanto nas campanhas como nos debates, assentes num plano de temas e de tempos, de tal modo espartilhados que a dinâmica desses mesmos debates fica condicionada e a maior parte das questões levantadas pelos candidatos, algumas pertinentes, do ponto de vista político e do ponto de vista jornalístico, acabam sem resposta em função de um guião rígido que leva, de repente, um debate interessante para um outro qualquer assunto como se a discussão não fosse a luz do esclarecimento, de atitudes e conteúdos. Esse modelo, por norma, "safa" quem está a ser alvo de uma abordagem mais difícil, mas também impede que essa dúvida de dificuldade seja alvo de esclarecimento e de argumentação sustentada. Ninguém fica a ganhar com estes modelos rígidos.

Um debate não é a mera exposição de cada um sobre o que pensa dos assuntos previamente definidos. Para isso, estão as entrevistas. O debate é para suscitar troca de argumentos, dar vivacidade e dinâmica para que os candidatos possam apontar fragilidades, expor potencialidades argumentativos e desmontar eventuais situações menos esclarecidas, com dados e com realismo. Caso contrário, temos mais do mesmo e uma mera formalidades. Cumpre-se a democracia, há debates e é sempre melhor do que não haver, mas ficam muito aquém do que se pretende para avaliar a preparação de cada um no seu papel.

O mesmo se passa com a pré campanha e com a campanha, que formalmente começou este domingo e sobre as quais já nem se consegue fazer distinção. Na generalidade dos casos, um modelo ultrapassado, de reuniões e obras, em associações de classe, em ações de rua com o povo a fazer número e a fazer o frete de receber um panfleto e uma caneta que toda a gente deixa em casa com exceção daqueles que querem mostrar serviço de presença e de militância de coração, alguns mais militantes do que os militantes, até dizem que levaram uma vida a escrever com aquela caneta.

A campanha faz parte da democracia, permite o contacto com as pessoas, tem essa vantagem, mas é uma encenação com modelos obsoletos. E decide zero relativamente às opções das pessoas, que inclusivamente, estão fartas de mensagens em catadupa, a maior parte lugares comuns, valendo aos ditos "grandes" (se bem que não há "grandes", teoricamente e não na prática, à partida para as eleições) os espaços nos jornais que dão dimensão às iniciativas que só os próprios lêem, porque o interesse eleitoral é praticamente nulo.

É preciso ter presente a ineficácia destes períodos de campanha, nesta fórmula gasta. É preciso inovar, fazer alguma coisa diferente. E causa inclusive alguma estranheza que as juventudes partidárias não possam exercer, talvez porque os partidos não deixem, alguma influência no sentido de fazerem campanhas diferentes. Se o futuro está na inovação e se a Madeira tanto fala na transição digital, onde está isso nas campanhas dos partidos?

Finalmente, temos os comícios, outro modelo igual há anos. Os que podem mobilizar militantes e trabalhadores fazem-no facilmente, mas todos já sabem em quem vão votar. Não há indecisos na plateia. Outros, deixam os comícios de parte por não terem a capacidade de mobilização, vão para arruadas e ações políticas onde falam para os jornalistas, salvo algumas situações de maior acutilância que podem resultar numa compensação eleitoral. É assim, sempre foi assim, e pronto.

E agora, querem que modelos gastos tenham resultados diferentes?



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