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  • Foto do escritorHenrique Correia

Jardim: Albuquerque deve escolher os melhores sem "grupelhos" do partido



"A participação nos órgãos de Governo Próprio da Região não deve ser limitada pelo critério sectário do cartãozinho partidário ou pela mediocridade das facções".





O antigo presidente do Governo Regional Alberto João Jardim, já se sabe, tem sempre alguns "recados" para dar, algumas mensagens para passar. O estatuto permite-lhe esse posicionamento e uns não levam a sério, outros não levam a mal. Fá-lo através das redes sociais, que muitos dizem não servir para nada quando não lhes serve, fá-lo ainda pela intervenção que tem, como comentador na RTP-M e como articulista no JM.

E foi precisamente no matutino que escreveu um artigo para fazer passar várias mensagens tendo em vista as eleições regionais e a revisão constitucional que se prepara com contornos de mudanças mínimas sem servir nem o País nem a Autonomia. No alvo do debate, estão os deputados da Madeira na Assembleia da República, mas sobretudo os presidentes da Assembleia e do Governo Regionais, por via da revisão mas também por via da feitura das listas e escolha de governantes, numa leitura mais partidária, que se encaixa também, obviamente, a quem pretende ser Governo.

Jardim é de opinião que "as duas últimas legislaturas do Parlamento Madeirense "não se marcaram pela largueza, qualidade e quantidade que, mesmo com as limitações ilegítimas nos impostos, a Autonomia ainda permite de iniciativas legislativas. Nem se marcaram pelos confrontos externos ao arquipélago que, infelizmente, ainda são necessários para o povo madeirense conquistar, consolidar e defender os seus direitos".

Jardim não concorda com os projetos de Revisão Constitucional que estão em cima da mesa, incluindo o do seu partido, o PSD. Em sua opinião, nenhum defende mudanças estruturais e o objetivo é de alteração "cosmética" para adiar as reformas por mais cinco anos, atendendo a que uma Região neste momento apenas permite nova iniciativa nesse âmbito daqui a cinco anos.

E por isso, o antigo presidente do Governo e do PSD-M questiona sobre que posições vão assumir os deputados pela Madeira na Assembleia da República e que coragem para contrariarem as orientações das direcções nacionais. Um "recado" para Albuquerque, mas também, neste particular, para Sérgio Gonçalves, líder do PS-M, também com representação no Parlamento Nacional.

Mas para Albuquerque, as mensagens não ficaram por aqui. Jardim apoia o seu "sucessor" porque não tem outro "remédio", mas não lhe perdoa as suas ligações a Passos Coelho, que Jardim acusa de ter sido o impulsionador da "onda Albuquerquista" que "empurrou" Jardim para uma saída provavelmente mais cedo do que apontavam as previsões do próprio Jardim.

Neste escrito do JM, Alberto João Jardim diz que "os partidos devem libertar-se desse mal endémico do associativismo na Madeira, que é o da formação de grupelhos rivais no seu seio. Também têm de entender que a participação nos órgãos de Governo Próprio da Região não deve ser limitada pelo critério sectário do cartãozinho partidário ou pela mediocridade das facções dentro de cada partido. Tal participação deve estar aberta aos melhores que o Arquipélago tem".

Ora bem, o que Jardim quer dizer, aos partidos mas claro está direto a Miguel Albuquerque, é para não fazer as listas, de deputados e de Governo, pensando apenas no aparelho do partido, o PSD, que vai coligado com o CDS. E isso significa que Jardim apela a uma escolha também na sociedade civil, que não sendo miltante fará parte de um recrutamento pelos "melhores".

Só que Miguel Albuquerque não pode ter essa margem nestas eleições. Primeiro, tem o problema dos deputados e para encaixar tendências. Tirando Albuquerque, Barreto, José Manuel Rodrigues, José Prada, Rubina Leal e Jaime Filipe Ramos, tem os quarto presidentes de câmara que terminam o mandato, os TSD, a JSD. E aqui já tem mais de metade dos 24 para dar a maioria absoluta. Como se vê, nada fácil. E depois tem o Governo, onde encaixa os aparelhistas com os representantes do CDS. Fica pouca margem recrutar fora, para recrutar os tais "melhores" a que alude Jardim.

Acho que estes conselhos de Jardim vão cair em "saco roto". A clientela é muita. E Jardim sabe disso, já lhe aconteceu, mas agora fica fácil dar palpites...

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