Antigo presidente do Governo e do PSD-M acha que o parceiro do PSD, o CDS, é "um partido de quadros, as bases foram para o Chega".
Albuquerque monárquico e CDS partido de quadros e sem massas que foram para o Chega, disse Jardim ao Expresso
Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional e do PSD-Madeira, o presidente das maiorias absolutas e que, por isso, nunca precisou nem de coligações nem de acordos, surge com um discurso de "uma no cravo, outra na ferradura". Para dentro e para fora. Ou seja, Miguel Albuquerque está a cumprir tirando os primeiros dois anos, o Chega nunca, mas chegou a dar-lhes documento sobre a Autonomia, o CDS deu-lhe mais trabalho do que o PCP mas não há outra solução agora, a campanha está a ser uma "chachada" e os renovadinhos, que estiveram na linha da frente da saída de Jardim e entrada de Albuquerque ainda pululam PSD de Luís Montenegro. Mas andam também por aqui, os que Jardim não ligava e que Albuquerque tem dificuldade em afastar.
Foi assim, em sintese, a entrevista de Jardim ao Expresso na semana que a Madeira prepara as eleições regionais de 24 de setembro, as legislativas que vão encolher 47 deputados.
Na entrevista, Jardim admite uma "tristeza" pelo facto do PSD precisar de coligação, mas diz que a única solução, o CDS, permite ao PSD "continuar com o meu trabalho". Diz ser isso que lhe dá "conforto". Afirma que não viu nada de cedências ao CDS, considera que o CDS é hoje um partido de quadros e as bases foram para o Chega. Mas é pacífica esta aliança com o CDS pela mão de Albuquerque. Fala do Miguel (Albuquerque) como sendo diferente de si. Com uma análise, no mínimo, curiosa: "O Miguel tem uma formação diferente da minha, eu sou republicano, o Miguel é monárquico; eu sou da pequena burguesia, o Miguel é da alta burguesia; não há duas pessoas iguais".
Relativamente há quatro anos, altura em que os chamados "renovadinhos" estavam em alta afastando a ala jardinista depois de terem afastado Jardim, o próprio diz que há hoje um outro enquadramento, há união à volta das Regionais. Lembra as últimas internas do partido e tem apreciação interessante sobre os candidatos ao seu lugar: o Miguel Sousa mais inteligente, o Miguel Albuquerque mais culto, o Cunha e Silva o melhor preparado mas com um feitio complicado e o Manuel António que não era melhor em nada mas tinha todos os índices".
Quanto a Luís Montenegro, o líder nacional do PSD, que passa o final de semana eleitoral na Madeira, Jardim não partilha do discurso de "pezinhos de lã". Acha que o PSD devia ter um discurso à Chega mas sem as asneiras do Chega. O PSD deixou de ser um partido de massas, perdeu-as".
Sobre Passos Coelho, o já conhecido "mimo": "Se ele voltar, diga-me qual é o país onde tenho de exilar".
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