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Foto do escritorHenrique Correia

José Manuel Rodrigues tenta "marcar a agenda política"





O presidente da Assembleia quer transmitir algum ritmo liderando a agenda política de pressão nacional, como se sentisse que um certo retomar do contencioso das Autonomia

pudesse resultar em mais valias e lhe desse alguma "almofada.




Não é tempo para grandes reflexões. A Páscoa está em pleno, o sol parece que vem em força para ir ao encontro das férias de praia, os ventos acalmaram para levar paz à instável operacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira CR7, e por isso o que se quer mesmo é fazer pouco e refletir ainda menos, a não ser, para quem é devoto, aquele "tratamento" espiritual que os momentos de grande significado religioso sempre poderão confortar de alguma forma. Para os devotos, estamos conversados neste espírito pascal, além do consumo que chega a todos mesmo com aquelas amêndoas caras que não vêm no cabaz de IVA zero mas que sabem bem. E dia não são dias.

Agora, para os de votos é diferente e em ano de eleições não há tempo para grandes paragens. Convém uma ou outra reflexão mesmo em descanso. Até o presidente da Assembleia Regional, que sendo defensor da matriz cristã, do CDS, que se julga cultivada mesmo sem o exercício partidário pleno no dia a dia porque a prioridade é segurar a coligação, vai equilibrando as situações sem perder de vista os valores da Igreja e os objetivos da política, que em matéria de liderança da Assembleia não está fácil em função das candidaturas que já andam pelos corredores do PSD-M.

Mas José Manuel Rodrigues sabe muito. Como diz o sábio povo "sabe mais do que aprendeu". E por isso, anda a aproveitar muito bem algum "vazio" de reivindicação mais acentuada na Quinta Vigia, onde Miguel Albuquerque não tem feitio para se chatear além das palavras de circunstância que vão ocorrerendo na agenda pública. O presidente da Assembleia já percebeu isso e quer transmitir algum ritmo liderando a agenda política de pressão nacional, como se sentisse que um certo retomar do contencioso das Autonomias, sem os excessos de Jardim, pudesse resultar em mais valias e lhe desse alguma "almofada" na hora de Albuquerque decidir quem é o candidato da coligação à presidência do Parlamento.

A reação de José Manuel Rodrigues à falta de audição das Assembleias Regionais por parte da República, envolvendo contornos estranhos de procedimentos protagonizados por assessores do Parlamento Nacional, levantou uma questão deveras relevante no sentido de saber até que ponto esta realidade justificava uma eventual intervenção do Governo, mesmo tendo em conta que a autoridade Legislativa é, na realidade, aquela que deve estar na linha da frente nesta problemática constitucional de audição das Assembleias das Regiões Autónomas.

Acontece que esta posição de José Manuel Rodrigues até foi bem acolhida na generalidade, mesmo em alguns setores do PSD-M, sendo que esse era um dos efeitos pretendidos.

Não pode passar ao lado do Governo da coligação, onde está o CDS, que o número dois do partido e presidente da Assembleia diga isto: "“Soube esta manhã que os assessores parlamentares da Assembleia da República, nos chamados despachos de admissão das propostas, quer da proposta sobre a lei da Eutanásia, que foi de um grupo de deputados, quer da proposta de lei do Governo da República, alegaram não se justificar ouvir as Regiões Autónomas. Já estamos ao nível dos assessores parlamentares e não dos deputados ou da Presidência da Assembleia da República. É desrespeito a mais para com as Regiões Autónomas. Apelo aos representantes e titulares dos órgãos de soberania, o Senhor Presidente da República, o Senhor Presidente da Assembleia da República e o Senhor Primeiro-ministro, que tenham em consideração os direitos fundamentais das Regiões Autónomas que levaram séculos a conquistar".

José Manuel Rodrigues deixa o PSD numa situação dificil e tira partido seja qual for a reação social democrata. Se o PSD falar, Rodrigues "lucra" e liderou a agenda se o PSD não falar, Rodrigues lucra porque liderou na mesma a agenda política apontando um caso grave do ponto de vista do relacionamento institucional.

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