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Foto do escritorHenrique Correia

Louvores de Albuquerque à PSP "equilibram" negociação Calado/GNR para o Funchal



Foi estratégico do ponto de vista da valorização que Albuquerque queria dar à PSP num enquadramento em que se discute a entrada da GNR, e eventualmente a Polícia Marítima, no patrulhamento do Funchal. Uma questão de sensibilidades.





Causou alguma surpresa, assim visto a "olho nu", os louvores aprovados em plenário do Governo Regional para doze profissionais do Corpo de Defesa Pessoal do presidente do Executivo Miguel Albuquerque, um grupo que integra a Unidade Especial de Polícia, instalado no Comando Regional da PSP, que se responsabiliza, também, pela segurança de entidades visitantes na Região. Os louvores públicos, como ontem demos conta neste espaço, incluiu o comandante desse grupo, o comissão Adelino Camacho.

Diversos contactos entretanto feitos com fontes bem colocadas, permitem concluir que o momento foi estratégico do ponto de vista da valorização que Miguel Albuquerque queria dar à PSP num enquadramento em que se discute a entrada da GNR, e eventualmente a Polícia Marítima, no apoio ao patrulhamento do Funchal, na sequência de críticas relativamente à falta de meios da PSP, que detém a exclusividade do policiamento urbano, para garantir a segurança que a cidade precisa em função dos muitos episódios de violência, furtos e consumos de substâncias psicoativas que levam à alteração de comportamentos na via pública.

Sabe-se que o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, está a conduzir o processo de entrada da GNR nesse patrulhamento depois do comandante geral da corporação ter manifestado abertura para o efeito, sendo que estando tudo de acordo, será o próprio Ministério da Administração Interna a garantir as formalidades legais para que isso possa acontecer. Está a ser equacionada, também, a entrada da Polícia Marítima, que apesar do reduzido número de efetivos, poderia acumular com patrulhamento na zona litoral do Funchal, libertando assim a PSP e a GNR para outras áreas da cidade, algumas delas sensíveis.

Estas negociações poderiam, de certo modo, criar alguma reação por parte da PSP, que apesar dessa falta de meios e de reconhecer algumas dificuldades, tem alguma dificuldade em aceitar a entrada de outra força policial numa área de competência que na Região é sua, o patrulhamento em contexto urbano. E de certo modo a PSP até reagiu para alterar o que se constatava relativamente à falta de meios, uma vez que, exatamente com o mesmo dispositivo insuficiente, conseguiu garantir, nos últimos meses, um policiamento de visibilidade nas principais ruas do Funchal e especialmente em zonas mais vulneráveis e de maior movimento, como sejam a Rua Dr. Fernão de Ornelas, zona do Anadia, Mercado e Praça do Carmo, onde é frequente, agora, haver mais polícias.

Garantem-nos que Miguel Albuquerque, atento à realidade, decidiu louvar a PSP através do que lhe é mais próximo, o corpo de defesa pessoal, com quem tem contacto diário. Uma forma de deixar a mensagem que, independentemente do que venha a acontecer no patrulhamento do Funchal, a PSP será sempre uma força que tem o apoio do Governo pela competência, espírito de missão e responsabilidade dos seus profissionais. E assim, enquanto Pedro Calado e GNR acertam numa fórmula para colocar no terreno, depois de resolvidas as questões burocraticas, Albuquerque "equilibra" eventuais sensibilidades e "puxa" para cima a Polícia de Segurança Pública. Não está mal visto.




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