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Marina: de concessão em concessão até à concessão final

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura


Empresa com Naval e Centro de Treino de Mar ganha concessão da Marina, dá uma sub concessão ao Café do Teatro para este, por sua vez, concessionar os espaços comerciais. Nuno Morna tem uma "explicação": "É uma maravilha da engenharia política.


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A notícia vem publicada no Diário dando conta que a empresa que ganhou a concessão da Marina, composta pelo Clube Naval e pelo Centro de Treino de Mar, entregou a sub concessão dos espaços comerciais a uma empresa do grupo Café do Teatro, que agora vai proceder à abertura dos procedimentos que permitirão abrir concurso para as diferentes atividades previstas, desde restauração, bares e quiosques.

Na prática, uma concessão atribuída pela APRAM, por mais de 700 mil euros, a uma empresa "Marina Baía", que por sua vez concessiona os espaços a um outro privado, que por sua vez concessiona esses mesmos espaços. De concessão em concessão até à concessão final, um expediente novo que vai a "marinar" na nova Marina.

A empresa Marina Blu tem o Café do Teatro como base e em declarações ao matutino que publica a notícia, o Café do Teatro adianta que pretende a maior qualidade dos espaços, esplanadas amplas, serviços de excelência e é isso que vai exigir no caderno de encargos. Os procedimentos começam dentro de semana e meia e o pleno funcionamento ocorrerá no segundo trimestre de 2026.

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A este propósito, o ex-deputado da Iniciativa Liberal Nuno Morna veio a público criticar esta aparente novidade de concessões sucessivas, para isso utiliza algum humor:

"Perdi-me na maionese, admito. Não naquela distração de quem leu depressa, mas na confusão cuidadosamente construída de um modelo em que o Governo conceciona a Marina, a Marina conceciona os espaços, e os espaços são depois concecionados a um concecionário que, por sua vez, vai concecionar aquilo que já foi concecionado. É uma espécie de coreografia administrativa em que todos dançam, ninguém pisa o chão e a palavra responsabilidade fica sempre fora da música. Tudo muito elegante, muito moderno, muito "não é comigo". Se alguém se perder pelo caminho, há sempre mais um contrato para apontar.

No fim desta cadeia virtuosa, quando alguém pedir um café à beira-mar, o preço não foi decidido ali, nem perto, nem por quem lá está. Foi decidido algures entre cláusulas, subcláusulas e entidades abstractas que nunca aparecem, mas mandam muito. Depois estranha-se que tudo seja caro, igual e sem alma. Três níveis de concessão para servir um café não é sofisticação. É uma maravilha da engenharia política: ninguém manda, ninguém responde e todos ganham. A maionese não sou eu. É o sistema a bater-se a si próprio.


 
 
 

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