E quando as pessoas se sentem inseguras, os governos e as polícias que se ponham de prevenção. Há limites até para um povo que não é muito de mobilizações.

A insegurança não é só um caso de polícia mas a polícia é a proximidade da segurança das pessoas.
Não sou saudosista, não sou do "meu tempo", tenho para mim que uma pessoa é do seu tempo de vida, olho a transição digital como uma conquista importante para o futuro desde que devidamente regulamentada para prevenir os perigos que qualquer mudança acarreta nas nossas vidas, para mais esta que se move num universo livre e por isso a merecer uma mistura de atrevimento/cautela. Resolvo grande parte da minha vida pelo telemóvel, um instrumento que não dispenso por conta desta "dependência" que não me larga, escrever com o (meu) olhar jornalístico, uma das minhas paixões. A evolução, o desenvolvimento, os novos horizontes não me incomodam. Já a falta de Educação, de Princípios e de Valores, incomodam-me e muito, aquilo a que no passado se dizia como a "educação vem do berço", que muitos associavam a famílias abastadas, mas que efetivamente não era porque havia educação de berço em pobres e em ricos, como de resto a falta dela nuns e noutros.
Vem tudo isto a propósito de um problema que o dito desenvolvimento e também a modernidade trouxeram para as nossas vidas, obviamente com a nossa cumplicidade, a pretexto que isto é bom para a Madeira, uma realidade traduzida por mais turismo, todo o tipo de turismo, mais mão de obra, todo o tipo de mão de obra, mais problemas, todo o tipo de problemas, mais tentações de ilicitudes, todo o tipo de tentações, mais droga, todo o tipo de drogas, mais negócios obscuros, todo o tipo de negócio obscuro. E logicamente mais insegurança, primeiro começou no Funchal no período pós pandemia, foi crescendo como se fosse apenas um fenómeno conjuntural, mas não foi, falou-se muito e fez-se muito pouco, até termos hoje um cenário de insegurança que já passou para outros concelhos e ao que parece já está no Porto Santo, como ainda esta semana vi um desabafo no Facebook, mas um desabafo que merece toda a credibilidade por se tratar de pessoa idónea, com conhecimento de causa relativamente ao que era e ao que é hoje a ilha.
A Madeira deixou de ser o "cantinho do céu". Como se fosse impossível conciliar o desenvolvimento com um "cantinho do céu" em matéria de segurança, já nem falo de deixar a porta de casa aberta, mas de poder andar na rua descansado a qualquer hora, de ficarmos num café sem sermos importunados, de podermos ver os nossos filhos saírem à noite sem estarem sujeitos a grupos organizados, a maior parte sem cadastro e por diversão, desprovidos de quaisquer valores, com o mero propósito de destruir e agredir. Sucedem-se os furtos, ir ao Multibanco já é um problema, passear à noite nem se fala. E as entidades estão à espera de quê? De mobilizações populares de defesa pessoal? Já esteve mais longe. De um aumento de insatisfação relativamente às polícias e à Justiça? Já está a acontecer. E ninguém está contra governos e polícias, o que as pessoas querem é segurança porque pagam para isso. E quando as pessoas se sentem inseguras, os governos e as polícias que se ponham de prevenção. Há limites até para um povo que não é muito de mobilizações.
Com o respeito que merece e com a devida vénia de partilha parcial, por ser também uma questão de interesse público, aqui publico o desabafo de Fátima Menezes, professora de longos anos na Jaime Moniz, cidadã bem identificada com o passado e o presente da Madeira e do Porto Santo, que na sua página do Facebook fez uma publicação que considero de grande relevância em função da preocupação que retrata mas também do alerta que suscita:
"Estou a pensar que tudo se transforma…
Os hábitos mudam completamente…
Em pequena, no Porto Santo, deixávamos a porta de casa aberta e tudo era SEGURANÇA!!!
A seriedade era intocável!
Com o andar dos tempos, começámos a ter que deixar tudo trancado e a sete chaves… roubos e ninguém descobria o(s) autor( es)… justificação… roubam para a droga!...
Já não é seguro sair à noite!
Escurece e se queremos dar uma caminhada… somos importunadas… assediadas… ofendidas…
A SEGURANÇA DESAPARECEU!!!
Quem põe cobro a isto?
Quem garante a segurança dos cidadãos?
É preciso que comece a haver problemas, mais confusos e complicados, para resolverem pensar no assunto???!!!
ALERTO com conhecimento de causa e EXIJO que se TOMEM MEDIDAS SÉRIAS, SEVERAS e CAUTELOSAS para situações graves e assustadoras que não dignificam a ilha!
Quando derem por si, poderá já ser tarde!!!
Que venham para a ilha, mas que se responsabilizem e que se preocupem com a INTEGRIDADE e SEGURANÇA dos habitantes e visitantes!!!!!!!!!!
ALERTAR é PREVENIR e EVITAR situações muito DESAGRADÁVEIS!!!!!!!!!!!"
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