A candidata tem popularidade, mas seria preciso que o PSD Madeira estivesse pacificado e que a governação de Montenegro fosse assertiva. Neste momento, nem uma coisa nem outra.
Sebastião Bugalho é jornalista e comentador, como disse Luís Montenegro "um jovem talento" que espicaça, no comentário, que é aguerrido, nas palavras, que sem ação política ativa de grande ou médio relevo, pode ser o que o partido precisa na Europa, diz o líder com expressão de orgulho como um grande feito. E está feito com contestação pelo meio, a escolha de pessoas é assim mesmo, as escolhas de Montenegro são sempre assim.
Para a Madeira, outro talento mas agora do próprio Montenegro, um talento para privilegiar os Açores e deixar Miguel Albuquerque "entalado" com esta "solidariedade" das estruturas nacionais, onde o líder madeirense até tem assento. Faltou resposta do partido ou faltou capacidade negocial para evitar que a candidata Rubina Leal fosse num lugar que, aparentemente, sem surpresas, não dá eleição. O PSD elegeu 6 e o CDS 1, pelo que manter seria bom, entrava o candidato Açores, um grande resultado poderia eleger 8, mas nem assim Rubina Leal entrava, está em 9.º lugar. A candidata tem popularidade, mas seria preciso que o PSD Madeira estivesse pacificado e que a governação de Montenegro fosse assertiva. Neste momento, nem uma coisa nem outra.
A primeira ideia que dá, assim à primeira, é que Luís Montenegro não deu a devida atenção ao lugar da Madeira. E nem é válida a argumentação de privilegiar Manuel Bolieiro, o líder do PSD que levou o partido à governação nos Açores, porque o PSD Madeira tem um currículo imbatível nessa matéria, o PSD teve um tempo em que quase não ganhava nada mas ganhou na Madeira. Nem que fosse pelo histórico. O 9.º lugar é um mau lugar, e se não fosse o histórico de missão que os políticos dizem ter, até parece mais um "presente envenenado" para Rubina Leal, lançada para casos difíceis para sair de circulação de topo, como aconteceu quando saiu do Governo para ser candidata ao Funchal e perdeu, como era então previsível, sem condições para voltar ao Governo. Agora, pode ser mais ou menos isso.
Na verdade, ao contrário do que acontece com o PS, que coloca Sérgio Gonçalves em 8.º, que à luz dos últimos resultados na Europa é um lugar elegível, o PSD deixa esta "prenda" para Albuquerque explicar e cujos efeitos são imprevisíveis, o voto contra em conselho nacional revelou uma tomada de posição, mas por aí fica.
É importante, num quadro de expressão da Autonomia Política e partidária, que os líderes estejam atentos, mesmo sabendo que é muito difícil dar corpo a uma lista de candidato à Europa - um "jackpot" para a vida - com tantas solicitações para satisfazer influências de norte a sul passando pelas ilhas.
Com esta eventual desmobilização da Madeira, Montenegro pede mobilização e quer incentivar o voto em mobilidade e o voto antecipado, anunciando que ele próprio vai antecipar o exercício do direito e do dever. Tudo para combater a abstenção, em virtude das eleições a 9 de junho terem lugar na véspera de um feriado, o 10 de junho, e na semana do feriado de 13 de junho em Lisboa.
Seja como for, é importante votar para tentar que a Madeira esteja representada. E para já, se não houver alteração, o PSD anda "aos papéis"...secundários.
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