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Onde fixar os jovens no Funchal? No Funchal de baixo ou no Funchal de cima?

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 23 de nov. de 2022
  • 3 min de leitura

Na periferia, já está também complicado, não tarda nada há solução no Poiso, talvez não seja preciso esperar muito.



Foto DR


Na tomada de posse da estrutura local da JSD/ Funchal, em que João Gomes da Silva sucede  a Marco Mata Pereira, o presidente da Câmara Municipal do Funchal e da comissão política da concelhia do Funchal do PSD, Pedro Calado, anunciou medidas que pretende tomar no decurso do ano de 2023, nomeadamente sobre a “preocupação de fazer do Funchal uma cidade mais acessível para que os jovens se possam fixar e ter acesso à habitação.” 

Não podia estar mais de acordo com o líder da principal Câmara Municipal da Região. A capital precisa de moradores jovens e os jovens precisam de casa, em primeiro lugar, precisam também de condições para poderem ter casa na sua cidade. Parece-me tudo legítimo, o desejo de Calado e a vontade/necessidade dos jovens casais. O problema não é mesmo o desejo, o que se ambiciona, o que se perspetiva e o nível propagandístico do que se perspetiva, o problema é conseguirmos ver como é possível concretizar uma política que, por um lado está a construir uma espécie de Mónaco no "Funchal de Baixo", e por outro compensa construção numa espécie de  "Funchal de Cima", que daqui por uns dias vai empurrar o resto, que é muito, para uma zona que poderá ser uma espécie de "zona3" da nossa evolução. Ou do atraso, só o tempo dirá.

Repentinamente, sem darmos muito por isso, o presidente do Governo foi incentivando uma cidade de luxo com o argumento, importante sem dúvida, de criar investimento do bom, pelo menos de mais dinheiro, propiciando o desenvolvimento da aposta privada, na construção e da compra, um pouco impulsionada pela segurança e estabilidade que o Funchal oferece por contraponto com outros destinos europeus. O investimento veio, os vistos gold ajudaram mesmo com algum aproveitamento pelo meio, as construtoras cresceram nas suas obras e ainda foram buscar obras ao Governo, um crescendo de progresso que foi andando, andando até que quando demos por isso já tínhamos apartamentos T1 a 200 mil euros nas Madalenas, em Santo António. Do Lazareto à Praia Formosa, é impossível. Nem para a classe média instalada ou "entalada", para os jovens então... Na periferia, já está também complicado, não tarda nada há solução no Poiso, talvez não seja preciso esperar muito a continuar este nível de oferta e este nível de procura. Até um dia...

E o que é que o Governo se lembrou depois do alerta que o luxo veio dar? Construir apartamentos a custos controlados, uma ideia que num quadro a que chegámos até aparece como a solução milagrosa para os casais jovens, quase a única solução para quem quer começar a vida e começa já com uma "dívida" para com esta "dádiva" do Governo cumprimentando com o "chapéu alheio", como diz o povo, porque se tratam de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas faz e com este princípio de avaliação, depiis de uma realidade criada, é bom.

Mas no meio disto tudo, parece-me que há aqui uma diferença de pensamento entre o presidente do Governo e o presidente da Câmara relativamente ao conceito de "fixar jovens na cidade". Acho que Pedro Calado tem um conceito de baixa e Albuquerque tem um conceito de baixa mais alta. Talvez porque Calado, mesmo com ligações mais estreitas aos novos "empreendedores" da "Nova Madeira", tenha um leve "pesado" receio que os compradores do luxo não sejam todos residentes e que a vida da cidade acabe por não ter a vida que os residentes dão. E Albuquerque é mais pragmático, digamos assim, quer investimento e se possível de luxo, pelo menos enquanto está a dar, mas também quer votos e quer votos dos jovens, daí a "descoberta" deste PRR com construção na periferia, na tal baixa que a medida do presidente contempla e que os construtores ao serviço do luxo, mas também do resto, agradecem.

Fica no ar, por isso, a dúvida sobre que conceito de baixa temos para oferecer aos jovens no Funchal. 

Ou será que são os conceitos que andam em "baixa" para esta Economia de luxo poder continuar em "alta"?

 
 
 

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