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Foto do escritorHenrique Correia

Pedro Ramos admite telefonemas para "manter a doutrina"




"Se fosse necessário telefonaria para os 250 mil habitantes no sentido de garantir que esta doutrina continue a ser de sucesso para o Governo Regional, mas também para o futuro dos madeirenses e dos portosantenses".



O secretário regional da Saúde e Proteção Civil andou a fazer telefonemas aos militantes do PSD para votarem Miguel Albuquerque nas eleições internas do partido e com outro candidato na corrida, no caso Manuel António Correia. O governante não nega esses telefonemas, em declarações à RTP Madeira, nem tão pouco considera ter extravasado funções e confundido posições de membro do governo e de social democrata. Acha tudo normal e remete o comportamento, que para muitos visou uma pressão e um favorecimento a uma das candidaturas usando o cargo público, para uma militância social democrata vista mais com o coração do que com a cabeça.

Pedro Ramos diz que relativamente ao pedido de audição proposto pelo JPP, o partido tem toda a legitimidade para fazer a interpretação que entender sobre os atos que praticamos. Como sou um social democrata, que é a doutrina que tem imperado na Madeira, sou uma pessoa que acima de tudo amo a Madeira e se fosse necessário telefonaria para os 250 mil habitantes no sentido de garantir que esta doutrina continue a ser de sucesso para o Governo Regional, mas também para o futuro dos madeirenses e dos portosantenses.

O que Pedro Ramos não esclareceu foi o afastamento do seu motorista, em plena campanha interna, com a curiosidade de estarmos perante o antigo motorista de Manuel António Correia.

Recorde-se que na semana passada, o JPP anunciou que vai solicitar uma audição a Pedro Ramos, Secretário Regional da Saúde, "com carácter de urgência, por alegado favorecimento aos militantes do PSD no acesso aos cuidados de saúde no SESARAM. Em causa os telefonemas feitos a militantes por ocasião das internas do PSD, onde supostamente Pedro Ramos, apresenta-se como facilitador telefónico “sempre que precisar da Saúde”.

O caso é grave e é bem demonstrativo do modus operandi dos responsáveis deste Governo Regional PSD/CDS que usa de todos os estratagemas para condicionar a vida dos cidadãos e fazer da cunha uma vantagem bem tangível, usando o cargo público para intentar favores privados. Neste caso, o número de telefone privado do Secretário da Saúde é a via laranja para passar à frente dos mais de 90 mil madeirenses que desesperam nas Listas de Espera, e assim constituir-se um favorecimento ilícito e um “tempo mínimo de espera garantida” para quem for militante do PSD. Uma autêntica vergonha, perante o silêncio cúmplice das ordens e das associações da classe e de outros órgãos informativos".



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