top of page
Buscar

PSD/CDS não precisa de campanha, a oposição faz isso bem

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia


As sondagens valem o que valem mas há números que não andarão muito longe da realidade a 24 de setembro por muitas contas que se façam nas margens de erro.


Foto Parlamento.


Estas eleições regionais de 24 de setembro poderão ser as mais fáceis para o PSD, que por acaso vai em coligação por agradecimento à lealdade do CDS, e porque realmente o CDS "deitou a mão" quando o PSD precisou para governar, mas bem poderia ir sozinho que ganhava na mesma e com maioria absoluta. Sem verdades absolutas, mas com a sebsibilidade e leitura do que neste momento constitui a pré campanha e os níveis de assertividade dos partidos.

As análises valem o que valem, representam as opiniões do momento e mesmo assim opiniões, como tal suscetíveis de discussão. As sondagens também devem ser entendidas enquanto tal, sem avaliações definitivas, mas tendo em conta os indicadores que fornecem e que, dependendo dos números, podem ou não transmitir o que, na essência, irá ocorrer nas eleições.

A sondagem publicada pelo Diário, na edição de hoje, revela números muito esclarecedores relativamente a quem ganha e a quem perde. Esclarecedores sempre em contexto de sondagem. Mas mesmo assim, importantes, até porque os números apresentados permitem fazer uma avaliação mais próxima mesmo tendo em conta as margens de erro de uma consulta deste género e a mês e meio, sensivelmente, do ato eleitoral.

Mas em minha opinião, a sondagem revela o que se sente neste momento em termos de constatação do eleitorado e da prestação dos partidos/coligações no que toca às iniciativas partidárias de pré campanha.

A coligação PSD/CDS tem a vantagem de ser governo, como tem qualquer partido que seja governo, o que torna mais complexo o trabalho das oposições, que não têm este expediente para preencher o dia a dia e são obrigadas a inovar, a dinamizar e a lutar muito mais. Se for o caso de um partido que sempre governou, pior é para quem tem a ambição de chegar lá. É o caso da Madeira.

Esta sondagem revela o que se sente relativamente à ação política. A coligação cresce na dinâmica, mete partidos e governo ao "barulho", o que é muito, mas o PS vem num decrescendo de mobilização com iniciativas diárias assentes num modelo normal, gastok, sem grande atividade dinamizadora e empolgante, a que se junta, agora, aquela que era a esperança de muito eleitorado, o JPP, que vinha inovando em termos da forma de fazer oposição, vinha crescendo ao ponto de se admitir como possivel a duplicação, ou mesmo mais, do atual número de deputados (3), mas tal como tem acontecido com o PS, desde quase sempre, deu os "pontos" de "bandeja" ao PSD com o recente episódio de discórdia interna que levou à demissão daquele que é o principal ativo político Filipe Sousa, presidente da Câmara de Santa Cruz.

Mas pior, para o JPP, é que esta sondagem ocorre antes deste "tiro no pé", não reflete por isso o inevitável reflexo no seu potencial eleitorado, grande parte dele decepcionado com esta falta de unidade interna do Juntos Pelo Povo, sendo muito provável que uma próxima sondagem possa indicar alguma penalização. Os eleitores dão confiança à confiança que sentem. Se for para desconfiar, é melhor a desconfiança que se conhece.

Esta sondagem coloca o PS numa queda muito preocupante. Mas, na verdade, sente-se essa queda, não se sente o que se sentiu em 2019. E até pode não perder tantos deputados (de 19 para 7), mas a descida parece tão certa quanto a vitória da coligação. Um mau resultado que poderá levar o PS a outra "travessia no deserto". É mau para o PS, péssimo para a alternância democrática.

Como se vê, a coligação PSD/CDS não precisa fazer campanha, os principais partidos da oposição fazem isso muito bem ao mesmo tempo que "discorrem" sobre o processo de auto-mutilação.

Uma palavra final, que não menos importante, para algumas situações relevantes desta sondagem: o protesto que tem expressão no Chega, em quarto; a possibilidade de eleição de um deputado por parte da Iniciativa Liberal, que tem feito uma campanha despretensiosa, como diz, com "pessoas normais fazendo coisas normais", o que está a resultar; a resistência do deputado do PCP, apesar do desgaste do partido.



15 visualizações

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
Madeira ponto logo.png
© Designed by Teresa Correia
bottom of page