De nada servirão os investimentos de luxo, os vistos Gold, querer tornar o Funchal num Mónaco à pressão, se tivermos uma segurança frágil e uma delinquência acentuada.
Tantas vezes houve críticas à falta de policiamento de visibilidade no Funchal e tantas vezes essa situação foi justificada com falta de meios humanos, ao ponto de ser ponderado, e praticamente estabelecido, o apoio da GNR no patrulhamento urbano, que repentinamente até parece ter havido um qualquer "passo de mágica" que fez como que uma multiplicação de agentes nas zonas nucleares do Funchal, provavelmente fruto de uma outra "arrumação" organizacional. E ainda bem, não interessa como, o importante é que a PSP está mais visível na rua e em diversos episódios isso já teve consequências no sentido da defesa dos cidadãos, como um episódio recente em que um grupo de cidadãs, num café da "Fernão Ornelas", foi ameaçado por um indivíduo munido de arma branca, valendo a rápida intervenção da polícia que tinha dois agentes nas proximidades. O que acaba por sustentar a ideia de prevenção urgente para devolver a segurança ao Funchal.
Claro que a insegurança aumentou e agravou-se depois da pandemia. Além disso, com a crise e o aumento do movimento turístico, foram aparecendo novos personagens, não necessariamente sem abrigo, mas ao abrigo de negócios ilícitos que, inevitavelmente, a Madeira não está imune, antes pelo contrário, está exposta de forma muito mais evidente em função de uma "procura" que fez aumentar a "oferta". No consumo e no tráfico, logo com reflexos na insegurança dos cidadãos, com atentados ao património a aumentarem substancialmente, que não necessariamente refletidos nas estatísticas que servem aos políticos mas nem sempre correspondem à realidade.
Por isso, a Madeira dos novos tempos, envolta num desenvolvimento, que é bom na generalidade mas tem os seus perigos, precisa de se adaptar nas suas mais variadas vertentes, particularmente na segurança, onde é importante investir e bem. De nada servirão os investimentos de luxo, os vistos Gold, querer tornar o Funchal num Mónaco à pressão, se tivermos uma segurança frágil e uma delinquência acentuada. É importante avaliar todas as vertentes porque o crescimento deve ser integrado, concertado e equilibrado.
Queremos produção de riqueza para criar emprego, queremos investimento, mas sobretudo queremos poder sair à rua tranquilos sem ter que olhar por cima do ombro ou andar de carro sem trancar as portas a qualquer hora do dia e da noite, como já aconteceu. Infelizmente, já não é bem assim. Mas o futuro só se constrói com uma vivência de paz. Chegaremos a tempo? Claro que sim, queremos acreditar que sim.
Vamos a ver se as governações, de cá e de Lá,
pegam este "touro" de "caras"...
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