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  • Foto do escritorHenrique Correia

Quem muito se agacha...




E Barreto lamenta-se tarde, diga-se, quando já tem "ele todo à mostra" há muito tempo, mais que não seja desde um episódio ocorrido na Quinta Vigia, em tempos, quando quis dar a "mão" ao anterior secretário Teófilo Cunha.



O provérbio correto acho que é "A quem muito se abaixa, o rabo lhe aparece". Mas não sei se por adaptação, sempre ouvi a expressão "quem muito se agacha...", que vai dar ao mesmo mas parece que tem mais ritmo quando o dizemos com a ênfase que se pretende.

Nestas e noutras coisas, o povo tem sempre razão, como diz Miguel Albuquerque para justificar a intenção de recandidatura mesmo sendo arguido, no entendimento que o resto, as ditas elites partidárias e de opinião, não contam para nada. O líder lá sabe e faz o que muito bem entender, como ele próprio disse nesta "fuga para a frente" como muitos apontam. O povo tem razão quando adapta os provérbios, já nas eleições teremos que esperar por maio, quando houver eleições regionais antecipadas, para ver o que diz o povo e a razão que lhe assiste.

Mas esta alusão de que "quem muito se agacha" tem a ver com as declarações de Rui Barreto, líder do CDS, depois da comissão política centrista, que está de saída do partido depois de uma crise, simultaneamente política e judicial, como o próprio diz, criada pelo PSD, cujo líder, Miguel Albuquerque, já descartou coligações pré eleitorais no pressuposto que, por via da vitimização, vai chegar à maioria absoluta sem precisar de "bengalas" para nada. Uma forma de ver as coisas para quem precisou de "bengala" para governar, primeiro do CDS e depois acrescentando o PAN. Mas entende que agora será diferente.

Barreto lamenta-se, diz que se tratou de uma "rescisão sem justa causa", como se na política houvesse justiça quando é para acontecer seja o que for. Funcionou, no fundo, o expediente a que o próprio Rui Barreto estava habituado no âmbito geral da ação governativa: descartar pessoas quando deixam de servir, sendo que neste particular não há inquérito judicial que venha a punir atitudes, punir a falta de ética, e ressarcir os alvos, muitos, tantos que até já se perderam a conta.

E Barreto lamenta-se tarde, diga-se, quando já tem "ele todo à mostra" há muito tempo, mais que não seja desde um episódio ocorrido na Quinta Vigia, em tempos, quando quis dar a "mão" ao anterior secretário Teófilo Cunha depois deste ter afirmado que queria mesmo sair e voltar à sua atividade de farmácia, mas afinal preparava-se para ser adjunto do próprio Barreto, o que irritou Albuquerque que num plenário de Governo arrasou o secretário parceiro e ameaçou romper com a coligação ali mesmo, meteu inclusive uma chamada de Jaime Filipe Ramos e colocou o Representante de sobreaviso para a eventualidade de uma crise política.

Escusado será dizer que Teófilo foi "descartado", não obstante ser da responsabilidade dos secretários a composição dos seus gabinetes. Mas Barreto saiu de "fininho", mas sem dar por isso, pela cegueira política que o poder alimenta, ficou mais fraco, mais vulnerável, mais dependente, e com o pouco eleitorado mais distante.

O episódio passou ao lado da comunicação (social) de referência, mas o "diabo" é que a comunicação faz-se, hoje, noutros patamares. É como o Chega, apareceu porque a Direita falhou e deixou espaço vago. a comunicação social é igual, há sempre coisas que escapam mas agora também há fugas, por vários lados, relativamente ao controlo que antes era resolvido só pelos apoios.

Barreto lamenta-se, está no seu direito. Disse o que lhe vai na alma e até acha que o argumento do PSD para esta "dispensa" vai além do que se pode ver e entender. Lamentava-se menos se tinha saído com aquele episódio. Era capaz de perder o governo, mas talvez salvasse o partido e evitasse, agora, um começar de novo por parte do seu sucessor. Sai pior do que se tivesse perdido nos votos, sai sem "alma" por ter dado tudo ao PSD à custa do sacrifício do CDS. Há um novo ciclo também no CDS-PP Madeira. Talvez possa servir de estudo e de alerta para os limites dos "agachamentos" políticos. Quem se agacha, ou levanta-se a tempo ou nunca mais se levanta...

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