Albuquerque soube das buscas à EEM pela comunicação social

Presidente do Governo disse que não soube e que teve conhecimento pela comunicação social. Coloca o seu secretário (Pedro Rodrigues) numa posição difícil do ponto de vista da comunicação interna do Governo.

É estranho que os canais de comunicação do Governo, envolvendo empresas públicas, não tenham funcionado no caso das buscas feitas pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público na Empresa de Eletricidade da Madeira. O facto do presidente do Governo não ter sido informado sobre as mesmas, como refere, que não correspondem a um caso de mera gestão corrente, lança algumas reticências nessa mesma comunicação institucional.

De facto, o presidente do Governo confirmou hoje, aos jornalistas, que não teve conhecimento das buscas na EEM, disse inclusive "não tenho de saber de tudo", soube das mesmas pela comunicação social, e por isso nem sabe do que se trata. Diz, apesar desse desconhecimento, que no geral o Governo está sempre disponível para cooperar com as entidades judiciais sobre os assuntos que estas entendam investigar.

A tutela política da Empresa de Eletricidade da Madeira, empresa que tem Francisco Taboada como presidente da Administração, é do secretário dos Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Rodrigues, que em condições normais de funcionamento governamental, teria forçosamente de informar o presidente do Governo, não sendo uma questão corrente e de menor importância, como não é. Fica muito difícil de entender como é que nem o secretário nem o presidente da EEM tenham, em algum momento, hesitado em comunicar ao presidente do Governo, até para evitar que Albuquerque afirmasse ter sabido pelos jornais, quando o que seria mais expectável, e adequado, era que tivesse conhecimento e disse isso mesmo à comunicação social, mesmo sem adiantar mais informação sobre o assunto. Assim, coloca o seu secretário numa posição incompreensível.