E depois da rentrée do PSD no Porto Santo? E até fim da Legislatura? E até que ponto as contrapartidas passam de minudências a reivindicações que pesam na população? Pode ser tudo. Como o CHEGA.
O CHEGA diz que deu uma oportunidade a Miguel Albuquerque. Foi pela voz do líder parlamentar na Assembleia da República em entrevista ao JM. Uma oportunidade ao viabilizar o Orçamento através da abstenção. Portanto, Miguel Albuquerque deve ficar agradecido, não se sabe se para a "vida", de Legislatura, se apenas para o Orçamento, se pode contar com o partido de Ventura para o resto, uma vez que o Programa e o Orçamento são praticamente o resto, se esta "esperança" representa alguma contrapartida de "ouro" como aquela que o CHEGA apresentou de (sua) medida contemplada pelo Governo relativamente à pesca do atum nas Selvagens, que afinal já estava a ser alvo de estudo por parte da secretaria da tutela, que ainda vai mais longe e monitoriza também o gaiado. Pode ser tudo, pode ser nada. Ou as duas coisas.
Não se sabe se esta "oportunidade" do CHEGA será permanente, passageira, de vez em quando, assim assim ou nem por isso. Com o CHEGA, as oportunidades podem aparecer a qualquer momento. Tanto dá como tira, dá dizendo que tira e tira dizendo que dá. Como se viu recentemente na Assembleia Regional, onde não há Ventura e não havendo Ventura não há CHEGA, há uma espécie de "sucursal", uma delegação que tem 4 deputados mas algumas vezes conta com 3. Agora, parece, já tem 4 outra vez porque o líder parlamentar na República disse, ao JM, que a deputada Magna Costa, desalinhada, vai "entrar na linha", esta coisa de votar contra o sentido da bancada e andar desalinhada na Legislatura sem que o partido possa fazer algo que não seja a retirada de confiança- manter-se-ia deputada independente - não é vida que seja consistente para as contas, mesmo sabendo-se que para as contas a "coligação oficiosa" PSD/CDS pode sempre contar com a deputada do PAN, uma vez que este Programa de Governo é como se fosse o Programa do PAN. O PAN não faria melhor. Portanto, por aqui e para Albuquerque, o Partido dos Animais e da Natureza deu uma oportunidade para a "vida". Pelo menos foi direto.
Com o Orçamento aprovado e publicado, e depois da rentrée política no Porto Santo, a 10 de agosto, o PSD tem um trabalho de negociação, e de "contorcionismo", pela frente, se quiser garantir o cumprimento da Legislatura. Mas também já sabe com o que conta e tem noção do que reivindicam os seus principais negociadores, que no fundo ameaçam querer muito e contentam-se com pouco. E na verdade, para negociar assim e para se antecipar a reivindicações da oposição que neste momento interessa, o Governo tem tudo na mão e até pode apresentar, pelo meio, essas pretensões de outros como obra sua. É sempre mais fácil, para quem governa, antecipar-se a quem reivindica.
Mas esta Legislatura pode ser tudo. É como o CHEGA. A questão será saber se a oposição que decide, pesa em conquistas concretas para a população, como seria sua obrigação, ou se anda a negociar minudências que servem para entreter o eleitorado e ir levando a Legislatura para evitar eleições. Coisa que, obviamente, o CHEGA não quer e daí a sua estratégia de "oportunidades" ao Governo Regional dando a entender uma consistência que efetivamente não tem.
É que aquela "agua" pode não passar muitas vezes...
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