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"Descontrolo" natural de grupo

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 5 de jan. de 2022
  • 2 min de leitura


O que era bom, mas talvez fosse pedir demasiado, era que se falasse verdade em cada decisão. Podia ser incoerente na mesma, mas era a verdade...




Estamos em janeiro. Não há um frio de "rachar", como a canção do Rui Veloso, pelo menos na Madeira, mas há um medo incontrolável e um incontrolável controlo sobre quem está infetado, entre os que tecnicamente estão com o vírus e os que estão realmente doentes, segundo versão oficial, mas também sobre quem foram os contactos e o que fazem, na realidade. Ou os testes antigénio, que detetam muitos positivos, mas que têm revelado muitos falsos negativos. Como em tudo, há situações destas, mas são tantos os relatos que a situação começa a merecer reflexão. Do ponto de vista da pressão sobre a saúde, os números podem revelar parâmetros esperados e nada alarmantes, mas do ponto de vista da pressão sobre as pessoas, enquanto não afeta a sério os serviços, pelos recursos humanos em islamento, o enquadramento começa a ser preocupante.

Quando eram poucos os infetados, era mais fácil, assim fica mais difícil para a Autoridade de Saude, já é praticamente impossível pegar o 'fio à meada". Não dá tempo, são mil hoje e mais mil amanhã, de repente uns 1400, não tarda nada uns dois mil. Andávamos à procura de resolver a pandemia com a imunidade de grupo. E temos uma endemia com descontrolo de grupo. Uma espécie de gripe, nem sequer forte, muitos assintomaticos, não é coisa para alarmismos, dizem. Cada um, per si, só acha grave se algum familiar for bater ao hospital.

E é neste contexto, que se sabe muita coisa mas não se sabe tudo, talvez nem se saiba o suficiente, que é preciso tomar medidas. E esqueçam, os governos não tomam medidas apenas suportados pelos técnicos de saúde, também tomam pelos interesses económico financeiros, cuja pressão também é forte e tem as suas influências no momento das decisões. Foi o caso da Madeira com o Natal e o final do ano, onde o turismo e a atividade económica não podiam ser beliscados pelas convenções. E foi aguentar até ao fim, com um discurso de alguma tranquilidade, para depois chegar a janeiro e dizer que, afinal, é preciso não agravar s situação com mais ajuntamentos. Já eram graves antes, mas necessários para o que estava em jogo. Agora, o Carnaval é diferente, não há e pronto. Também, já andamos de máscara todo o ano, para colocarmos alguma ironia no que é sério.

É por estas e por outras que não podemos esperar declarações coerentes. São o que são em cada momento e todos vemos que há coisas que não jogam umas com as outras e o que hoje pode ser, amanhã é interdito num mesmo enquadramento.

O que era bom, mas talvez fosse pedir demasiado, era que se falasse verdade em cada decisão. Podia ser incoerente na mesma, mas era a verdade. Porque toda a gente compreende que, para os governos, nem sempre é possível tomar decisões completamente alinhadas com a coerência que seria desejável.



 
 
 

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