Deputado Nuno Morna acusa PS e PSD de responsabilidade, o CHEGA de conluio e questiona: "Quem fechou os olhos, quem assinou as licenças e com que argumentos?"


"Quem autorizou esta barbaridade na Major Reis Gomes? Quem fechou os olhos, quem assinou as licenças e com que argumentos? É impossível acreditar que alguém, minimamente alfabetizado em matéria de património, possa ter considerado aceitável a destruição de uma parte do que resta das muralhas do Funchal — símbolos únicos de uma história de resistência e resiliência". Começou assim o escrito do deputado da Iniciativa Liberal, no Facebook, denunciando esta realidade de um empreendimento que "rompeu" as muralhas naquele que o parlamentar da IL considera como "um processo de destruição que, longe de ser casual, é sistematicamente autorizado, promovido e acobertado por quem devia, em teoria, defender o interesse público. E, como sempre, os culpados têm nome e filiação partidária".
Nuno Morna prossegue; "Não, o PS, ao autorizar este aborto, preferiu ceder ao apetite imobiliário e às negociatas que sempre o caracterizaram quando se trata de interesses privados acima do bem público. Mas não nos iludamos: o PSD, esse dinossauro da política regional, não sai menos sujo desta história. Os mesmos que se apresentam como guardiões da “Madeira Velha” não fizeram mais do que perpetuar a indiferença criminosa ao património histórico....E o Chega? Com a sua retórica bombástica e a pose de quem se apresenta como alternativa, não passa de mais uma muleta oportunista do sistema. Não só ficaram calados como se juntaram ao PS e ao PSD para chumbar a proposta da Iniciativa Liberal que teria, pelo menos, garantido o reconhecimento das muralhas do Funchal como património regional. Que alternativa é esta, que pactua com a destruição da nossa herança para não melindrar os interesses de sempre?"
"E agora? Agora temos o quê? Uns restos maltratados de muralhas, arruinados por “requalificações” que mais não são do que um insulto à inteligência e ao bom gosto. Onde estava a Direcção Regional de Cultura? Onde estavam os técnicos? Onde estava a fiscalização? Não estavam, como é hábito. Porque neste regime — e sim, é um regime — a cultura e o património só interessam quando podem ser vendidos em brochuras turísticas ou transformados em folclore para inglês ver".
"A verdade é esta: a Madeira tornou-se uma terra onde tudo se vende, tudo se destrói, e nada se preserva".
Comments