Recentemente, a Câmara do Funchal esclareceu que "o processo da LIDL corre os seus trâmites normais. A cadeia alemã tem já 2 processos de licenciamento concluídos (Poço Barral e junto à Rotunda da Assicom), estando outros 2 em apreciação (Rua Dr. Pita e Largo Severiano Ferraz)".
A rede de supermercados Lidl está a ponderar o adiamento da operação Madeira por três anos depois de já ter adquirido terrenos para instalar lojas no Funchal e ter anunciado a abertura para este ano de 2023. O grupo já tinha dado início ao processo de recrutamento visando 150 postos de trabalho.
Segundo fonte próxima do processo, a empresa decidiu reposicionar a sua estratégia para instalar lojas na Região e para isso faz um compasso de espera, sendo que os problemas causados com a imposição de condições por parte da Câmara do Funchal relativamente à loja no Largo da Cruz Vermelha (Largo Severiano Ferraz), no prédio que era do grupo Blandy, pesaram sobremaneira nesta decisão, uma vez que o grupo teria algumas garantias da possibilidade de instalar ali uma loja sem grandes entraves. Isso não aconteceu e o vereador João Rodrigues foi a voz camarária que traduziu a necessidade de conjugar o projeto com uma normal fluidez de tráfego na zona, que em condições normais e em hora de ponta, já revela grandes constrangimentos. Além disso, a Câmara pretende uma componente imobiliária associada, o que obrigaria o Lidl a uma alteração que poderia envolver parceria com quem sabe de construção.
Não se sabe se este adiamento tem a ver propriamente com este impasse que já tem motivado dúvidas e questões sobre se o Lidl confirmaria ou não o interesse na Madeira em função das alterações apresentadas pelo Município no que toca ao espaço naquela zona central da cidade e que implicaria não só um maior fluxo de tráfego dos utilizadorea, mas também a circulação de camiões para abastecimentos.
Recentemente, o JPP questionou a Autarquia de Pedro Calado, sendo que em resposta a CMF disse que "o processo da LIDL corre os seus trâmites normais. A cadeia alemã tem já 2 processos de licenciamento concluídos (Poço Barral e junto à Rotunda da Assicom), estando outros 2 em apreciação (Rua Dr. Pita e Largo Severiano Ferraz).
Também há pouco tempo, surgiram informações dando conta do interesse de outra cadeia alimentar, o Intermarche, no mercado madeirense, o que desde logo desencadeou um conjunto de observações sobre a eventual existência de interesses suscetíveis de favorecimento deste grupo, com aceleração processual, em detrimento do Lidl, havendo conotações que ligam esta nova possibilidade à envolvência do gestor Vitor Calado, irmão de Pedro Calado, no grupo Intermarche depois de ter saído do grupo Santander.
Sabe-se, por outro lado, que a Câmara do Funchal e o Governo mantêm a sua posição de interesse na vinda do Lidl para a Madeira mas permanecendo as restrições no que toca ao projeto da Cruz Vermelha, uma vez que as autoridades também estão confrontadas com alguns empresários locais de peso, interessados no investimento naquele espaço, e que estão atentos a supostas cedências da Autarquia a grupos exteriores. Nesse enquadramento de facilidades, os grupos locais entendem que devem ter igual tratamento se pretenderem fazer investimentos em zonas de constrangimentos similares.
Recorde-se que relativamente ao Lidl, anunciou há dois anos a expansão para a Madeira num global de 265 lojas, de norte a sul do país. O investimento seria de 100 milhões de euros.
Anunciava então que "já em 2023 serão criados cerca de 150 novos postos de trabalho, estando as compras a fornecedores Madeirenses, comerciais e de serviços, avaliadas em cerca de 20 milhões de euros".
Uma reunião com Miguel Albuquerque, na Quinta Vigia, selava esse interesse. E o presidente do Governo disse, na altura, que "a expansão da operação do Lidl à Madeira é sem dúvida uma boa notícia. Trata-se de uma empresa internacional, de grande credibilidade, e para a Madeira será muito importante este investimento de 100 milhões de euros e 150 postos de trabalho, em 2023"
Elena Aldana, Diretora de Assuntos Públicos e Comunicação Corporativa do Lidl Portugal, dizia que “a abertura de lojas na Região Autónoma da Madeira é para nós motivo de grande orgulho e satisfação e igualmente um desafio a que tenho a certeza daremos a melhor resposta".
Em setembro de 2022, o Diário publicava um comunicado do Lidl onde o grupo manifestava interesse em prosseguir com o plano de investigação e com o projeto no Largo da Cruz Vermelha, com as alterações propostas pela Câmara. Mas até hoje, um ano depois, nada avançou.
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