"Há desconhecimento básico, por parte de muitos actores políticos regionais e não só, do Estatuto Político-Administrativo da RAM".
O antigo presidente da Câmara do Funchal e atual vereador da Confiança, militante recente do Partido Socialista, veio a público afirmar que todo o processo que envolveu a demissão do presidente do Governo revelou, entre outras coisas, a "carestia de referências regionais, ao nível de lideranças políticas, com credibilidade, responsabilidade e sentido de Estado, que acumulem um histórico discursivo que inspire confiança aos madeirenses".
Miguel Silva Gouveia focou mesmo "o desconhecimento básico, por parte de muitos actores políticos regionais e não só, do Estatuto Político-Administrativo da RAM e da própria Constituição da República Portuguesa, que, apesar de necessitarem de revisão, continuam em vigor".
O vereador da oposição na Autarquia do Funchal aponta "a inutilidade do cargo do Representante da República, que, além de promover o ruído político, não acrescenta nada ao processo constitucional, remetendo-se a um papel de procurador sem poderes do Presidente da República".
Miguel Gouveia fala numa "insistência em conduzir a opinião pública para o medo, orientando-a para o combate a fantasmas de inimigos externos da Madeira", e diz que isso "serve o propósito de tornar inevitável a solução de poder que o PSD apresentará em breve".
"Enfim, tudo se conjuga para que nesta Região Atlântica se repita máxima de Lampedusa "tudo deve mudar para que tudo fique como está". Esta máxima foi extraída da obra 'Il Gattopardo', celebrizada por Tomasi de Lampedusa, na qual o sobrinho de Don Fabrizio, num momento de crise, defende: "A não ser que nos salvemos, dando-nos as mãos agora, eles submeter-nos-ão à República. Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude".
Lapidar".
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