"Em 3 de novembro de 2014, Alberto João Jardim participa de mim ao Conselho de Jurisdição do PSD exigindo sanção disciplinar de expulsão. Antes, o todo poderoso líder, Alberto João Jardim, acusa e propõe a expulsão do partido de Miguel Albuquerque, em janeiro e março de 2014".
"Muitos, foram perseguidos e mesmo saneados, no público e no privado".
Miguel Sousa assumiu o apoio a Miguel Albuquerque, nas recentes internas, depois de alguns escritos que indiciavam posição contrária. Surpreendeu com a sua posição, mas apoiou o vencedor Miguel Albuquerque e criticou o candidato derrotado questionando onde esteve estes dez anos. Criticou também Alberto João Jardim, o líder que o conduziu à vice presidência do Governo. Jardim foi apoiante de Manuel António.
Hoje, num artigo publicado no Diário, Miguel Sousa desanca em Jardim e lembra as tentativas de expulsão do partido, desencadeadas por Jardim, visando o próprio Miguel Sousa e Miguel Albuquerque. Por "delito" de opinião. O que escreve é grave, diz que houve saneamentos no público e no privado com alvos que pensavam diferente de Jardim. No fundo, recorre à memória para colocar Jardim num papel que o antigo líder critica, agora, no protagonista Albuquerque.
O antigo vice do Governo e da Assembleia recorda que "Alberto João Jardim ganha a Miguel Albuquerque nas eleições internas de 2012, com um resultado que sempre deixou dúvidas. Jardim leva consigo, para a sede partidária, dois discursos: um de vitória, outro de derrota. No final da noite, dá-me o escrito preparado para ser lido na hipótese de ser perdedor.
Em 3 de novembro de 2014, Alberto João Jardim participa de mim ao Conselho de Jurisdição do PSD exigindo sanção disciplinar de expulsão por opiniões proferidas relativas a essas eleições internas. Fui absolvido. Era vice presidente da Assembleia.
Antes, o todo poderoso líder, Alberto João Jardim, acusa e propõe a expulsão do partido de Miguel Albuquerque, em janeiro e março de 2014, pelas opiniões que vinha veiculando em artigos de opinião e visando impedir que volte a candidatar-se à liderança do PSD. Albuquerque reagiu com a coragem que lhe reconhecemos e "deve" a José Prada, então presidente do Conselho de Jurisdição, a justa e correta oposição a tal "fetiche bolchevique". Doze meses depois, Albuquerque é líder do PSD.
Muitos, antes, foram perseguidos e mesmo saneados, no público e no privado. Por terem funções de nomeada e serem considerados como adversários políticos. Lembram-se dos expulsos do PSD? Querem exemplos? O meu próximo artigo pode satisfazer eventual perda de memória".
Miguel Sousa também não poupa Manuel António Correia, diz que não deveria ter falado sobre a exoneração de membros do gabinete da secretária regional Rafaela Fernandes, entre eles um apoiante do próprio Manuel António. Acha que Rafaela fez bem, são cargos de confiança e a governante quis prevenir. Diz que Manuel António é discípulo de Jardim, que os seus apoiantes não eram apoios ao candidato mas contra Albuquerque. Acusa, ainda, o candidato derrotado, de não ter apresentado uma única proposta de governo.
E deixa uma mensagem de quem já teve uma carreira política, passou por muito, sabe do que fala e nem em relação a Jardim se algum dia fez denúncias públicas enquanto esteve no ativo e foi vice presidente do Governo. Mas vamos à mensagem: "A Política não prima pela ética posta no seu exercício m. Tem exceções? Provavelmente sim, mas ninguém põe as mãos no fogo seja por quem for. Há sempre um momento de desespero, um pensamento num qualquer ajuste de contas mesmo que não leve a um ato menos nobre".
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