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Nomeações, colocações e compensações...

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • há 14 minutos
  • 3 min de leitura


Nada impede de esperar mais e melhor dos escolhidos. De esperar ou de exigir. Se houver forças para ir além das reflexões.


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A Política tem, na essência da origem da palavra, algo nobre, a arte de governar para o bem comum. A origem é nobre, a intenção é boa, o bem comum dos governados é um dos objetivos prioritários, mas o bem estar comum dos governantes é uma prática comum dos fazedores da Política nos diferentes poderes onde exercem funções, primeiro em nome do corporativismo, do clientelismo e do amiguismo, e só depois do bem comum do povo. Não há volta a dar, os políticos não são todos iguais, mas a forma como se exerce o poder visa, quase sempre, privilegiar a lógica partidária, a lógica da nomeação cirúrgica, da colocação, a lógica da compensação quando o serviço "público" termina, sempre a pretexto da argumentação, difícil de rebater, de privilegiar a confiança com quem se trabalha. E isso deita por terra tudo aquilo que se sabe das nomeações, mas sempre salvaguardando, diga-se "encaixando" quem sai, umas vezes para não ficar "desamparado" sem saber para onde vai sem perder rendimento, ou para manter algum recato do que sabe ou do que viu nos expedientes que o serviço público, entendido assim, num recrutamento de "quadrado", proporciona nas funções de liderança, que se arrasta às outras. Nas governações, não há partidos, existem práticas comuns, mais do que os objetivos.

Um dia destes, o JM trouxe a público as nomeações de dezembro no sector público regional, mais de três centenas, uma normalidade que deve ter a idade da Autonomia, tem a idade dos governos, das Câmaras, das instituições, muitas, de tudo o que mexe e precisa de lideranças articuladas com quem dá os apoios e faz funcionar tudo o que ainda funciona. O motivo incidiu nas nomeações, mas podia ser o rol de infindáveis apoios, em diferentes contextos, uma metodologia que marca os anos, antes e depois do fogo, mas sempre com um propósito de compensação, de reconhecimento, de necessidade, de agradecimento, daquele que prende sem amarrar, daquele que condiciona sem prender, mas onde se sobrevive, livre como um pássaro mas "voando" baixinho.

Estas nomeações são deste governo, muitas como se sabe, ajustes como quem puxa a bainha das calças, para cima ou para baixo, conforme o sapato. Muitas, ao longo do ano nem se fala, mas a bem da verdade não é uma exclusividade deste Governo, que eu me lembre sempre foi assim, a nível nacional, a nível regional, a nível das Autarquias, a diferença está nos anos de quem está no poder, quanto mais tempo maior a dependência geracional, parece até um património que passa pelas gerações, era uma questão de ir às publicações oficiais e perder tempo na pesquisa.

Não vejo, por isso, qual o alarme da notícia. Foram nomeados trinta e tal? E depois? Não foi sempre assim? Não é uma resignação, é uma constatação, como diz o presidente do Governo, sufragada pelo eleitorado, no pressuposto de que o sufrágio permite tudo, uma espécie de voto como um cheque em branco que se preenche à medida.

Lamento, mas o Ano Novo não será um Novo Ano neste assunto em particular. Como de resto em muitos outros. Partidos à parte, é um problema de governos e de Poder. O bem comum é relativo, nada impede o sonho de cada um e o desejo, ainda que provavelmente utópico, de sermos melhores, de fazermos melhor, nas decisões e nas escolhas.

E de esperar mais e melhor dos escolhidos. De esperar ou de exigir. Se houver forças para ir além das reflexões.

UM FELIZ 2026.


 
 
 

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