"Nenhum dos tanques da rede de incêndios tem condições para armazenarem água, ora estão despedaçados ora até giestas e carqueja cresce do seu fundo".
A Associação de Pastores das Serras de Santo António, São Roque e Arieiro lançou hoje um alerta envolvendo fortes críticas ao Instituto das Florestas e Conservação da Natureza que, na opinião da associação, "nada, absolutamente nada fez, ou faz para a limpeza e controlo das giestas, feiteiras e outras infestantes".
Afirma estar "fora do controlo o crescimento e expansão descontrolado de plantas infestantes nas serras da Madeira, em especial as sobranceiras ao Concelho do Funchal". Diz que "o verão aproxima-se, e se este ano for favorável ao aparecimento de fogos florestais, as nossas serras arderão como nunca foi visto".
Num documento em que expõe este aviso, sublinha o lamento sobre "a constatação do descontrolo e da inexistente liderança, vontade ou capacidade de actuar enquanto é tempo, acentuando que "as faixas corta-fogo e outras medidas físicas não impedem a faúlha em combustão de se transportada pelas correntes de ar.
Disso todos temos na memória os fogos florestais quando se estenderam até a baixa da cidade do Funchal.
Solução é não existirem condições para a existência de fogos florestais neste verão.
Nenhum dos tanques da rede de incêndios tem condições para armazenarem água, ora estão despedaçados ora até giestas e carqueja cresce do seu fundo. Desastre absoluto".
Este quadro foi traçado pela Associação no ambito das tradicionais tosquias, um momento para relevar a "defesa do pastoreio organizado de animais ovinos, caprinos e bovinos", considerando que "esta atividade ancestral é parte da história da humanidade e da sua grandeza" e lembrando que "o Pastoreio foi parte nobre da colonização da Madeira e Porto Santo, e na atualidade procura ultrapassar barreiras, dogmas e doutrinas que procuram impedir a sua continuidade".
Para aquela associação "a legislação existente na região necessita de revisão e de uma melhor adaptação à realidade orográfica e de pasto das serras da Madeira. A pastorícia também necessita de leis e regulamentos honestos e tangíveis".
Acrescenta que o objetivo é obter "o mesmo enquadramento que os rebanhos existentes e que se abrigam gratuitamente nos ovis do governo.
As margens e latitudes de segurança que lhes são atribuídas devem ser universais, ou seja, também se devem aplicar a outros rebanhos que queiram e necessitem de apascentar sem serem importunados e perseguidos".
A Associação refere que "os nossos rebanhos seriam sempre acompanhados por pastores profissionais, com bom encabeçamento e em áreas validadas por estudos de viabilidade Silvo-pastoril e salvaguardando a estabilidade ecológica e ambiental das áreas de pasto"
Esta associação "não abdica dos direitos de utilização e gestão dos terrenos comunitários das serras de Santo António, São Roque e Areeiro, e deles faremos finca-pé. O direito é nosso.
Diversas tentativas de apropriação e de usurpação dessas áreas comunitárias aconteceram e acontecem, umas até pelo governo Regional, o que foi negado pelos tribunais.
Os pastores desta associação e de outras que, entretanto se unirão, não abdicamos do direito á pastagem e á administração dos nossos terrenos comunitários.
Nem o governo nem particulares milionários se podem sobrepor ao que a Lei dispõe".
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