"Somos contra a construção de mais parques de estacionamento no delicado centro histórico da cidade, mas a edificar, poderia ser construído na zona do atual parque a descoberto da Reitoria da Universidade da Madeira".
A petição contra a construção do parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Município, promessa lançada por Pedro Calado e agora "recuperada" por Cristina Pedra, tem 1903 subscritores. Várias figuras públicas lançaram o desafio e os cidadãos fizeram o resto demonstrando que o projeto tem mais contras do que prós e por isso pedem que fique na gaveta. Até o presidente do Governo "não vê com bons olhos", sendo que os "olhos" do presidente têm aqui um peso grande numa câmara da mesma cor política do Governo. O mais certo é ficar tudo pelo caminho. Porque como diz Miguel Albuquerque "há alternativas melhores". Um "cartão amarelo" para Cristina Pedra, usando-se aqui uma terminologia desportiva.
Mas enquanto não há evolução, a petição continua alegando que "qualquer cidade europeia desenvolvida e civilizada desenvolve políticas de mobilidade que retiram os automóveis dos centros históricos das cidades, devolvendo as ruas aos peões em segurança, para estes usufruírem de esplanadas, sem poluição, do comércio e contemplarem a arquitetura urbana".
O movimento refere que "a atual autarquia do Funchal pretende executar uma política de mobilidade exatamente contrária à sustentabilidade ambiental, urbanística e turística, injetando mais automóveis no centro congestionado do Funchal, e ainda com a agravante de situar o novo parque de estacionamento numa zona delicada de edifícios históricos classificados".
o texto da petição aponta que "o abrir de um buraco numa das praças mais bonitas do Funchal, a Praça do Município, executada nos inícios dos anos 40 do séc. XX, por dois dos mais conceituados arquitetos portugueses, Francisco Caldeira Cabral e Raul Lino, vai desfigurar a mesma, mesmo que depois reposta na sua linguagem inicial. Além disso, em boa verdade e em consciência ninguém poderá garantir que as obras de construção, com a inevitável trepidação, não irão causar danos nos edifícios históricos classificados da Igreja e Colégio dos Jesuítas, no antigo Paço Episcopal, hoje Museu de Arte Sacra do Funchal, e mesmo no próprio palacete da Câmara Municipal".
Sublinha a petição que "é demasiado arriscado, ao nível de engenharia e de preservação do nosso valioso Património Construído, executar um parque de estacionamento naquele lugar emblemático da cidade, para além do transtorno que irá causar nesta zona do Funchal durante a sua construção".
E mais: "Somos contra a construção de mais parques de estacionamento no delicado centro histórico da cidade, mas a edificar, poderia ser construído na zona do atual parque a descoberto da Reitoria da Universidade da Madeira, uma vez que o espaço é propriedade do Governo Regional, que está cedido por trinta anos à Universidade, estando por isso assegurada a conjugação de esforços entre o município e o Governo Regional, para naquele lugar construir".
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