"Afinal, se posso lidar com um pombo com objetivos ambiciosos, estou preparado para enfrentar qualquer ataque da oposição!"
Que o Ministério Público não o larga e também põe em "ganho maria" o processo onde é arguido, já se sabia, para mal da Justiça, para mal do esclarecimento e do respeito pelas instituições, também já se sabia. Que a oposição não o larga, também já se sabia, uns pela oposição, outros para "espreitar". Que o JPP, além de não o largar, ainda "morde" os calcanhares exigindo tanta papelada, também já se sabia. Agora, que as pombas andam em cima do presidente do PSD-Madeira - o voo "picado" foi nessa qualidade - transformou-se numa verdadeira surpresa nesta campanha para as eleições de 26 de maio.
Miguel Albuquerque brincou com a situação na sua página do Facebook, reagiu com sentido de humor, que dá sempre uma ajuda em qualquer altura, mas é valor acrescentado quando se quer entregar panfletos e nem as bombas deixam. Cuidado para não fazer mal ao bicho, reagiu o líder em defesa dos animais, o que deve ter agradado ao PAN, parceiro de um passado recente, mas que neste momento não dá garantias a Albuquerque se for mesmo preciso.
Na sua página do Facebook, Albuquerque publica o vídeo com um texto a acompanhar: "Enquanto fazia campanha pelas ruas do Funchal, nomeadamente na Fernão Ornelas, entrei numa loja e fui recebido por um pombo muito determinado que estava ocupado a tentar voar através do vidro. Ignorando os seus ataques à vitrine, mantive a minha compostura, afinal, como na política, é importante não se abalar por obstáculos improváveis. Afinal, se posso lidar com um pombo com objetivos ambiciosos, estou preparado para enfrentar qualquer ataque da oposição!".
Albuquerque sentiu o que sentem, todos os dias, turistas e residentes, nas ruas e nos cafés da cidade. Esses pombos podem não ser tão ambiciosos como aquele que foi direto ao presidente. Mas estes dos cafés são atrevidos, isso são de certeza. Para estes, não é tanto política, é mais comida.
E porque o sentido de humor é de ouro e o de oportunidades é imperdível, recordemos parte do poema "Equivocou-se a pomba" do poeta espanhol Rafael Alberti:
Equivocou-se a pomba.
Equivocava-se.
Por ir ao norte, foi ao sul.
Acreditou que o trigo era água.
Equivocava-se.
Acreditou que o mar era o céu:
que a noite, a manhã.
Equivocava-se.
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