Sindicato denuncia pressões para travar notícias sobre Calado
- Henrique Correia
- há 8 horas
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Ex-presidente da Câmara, ainda investigado em caso judicial, falou aos funcionários num momento privado antes de ato público. Mas um momento de interesse público tem interesse público mesmo classificado de privado.

As declarações (discurso) de Pedro Calado aos funcionários da Câmara do Funchal, dizem que num momento privado de um contexto de ato público, enviado no dia anterior como integrando a agenda oficial, onde iria ser lançado, como foi, o Livro de Honra da Câmara Municipal do Funchal: Personalidades Ilustres Recebidas nos Paços do Concelho (1984-2011), a realizar-se no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho, estão a dar que falar pelos contornos de embaraço político de grandes proporções, em função desta ação do ex-presidente que renunciou ao cargo devido a um caso judicial ainda em fase de investigação.
Apesar disso, a presidente da Autarquia, Cristina Pedra, no seu último ato público enquanto presidente da edilidade, assumiu o convite a Calado por agradecimento. Pensou mais para dentro do que para fora, para o institucional, como seria aconselhável.
O convite, por si só, foi estranho, como estranho foi o facto de presidente, assessores e o próprio Pedro Calado, terem ignorado a possibilidade do assunto ser tornado público e com repercussões previsíveis atendendo à gravidade política envolvendo funcionários da principal Câmara da Madeira.
Como se não bastasse esta "argolada", por si só, surge a reação do Sindicato dos Jornalistas denunciando pressões a profissionais da comunicação social e tentativas para evitar a publicação da notícia, por saberem precisamente as consequências da divulgação, que acabou por acontecer em todos os órgãos. O Diário, numa tentativa de se demarcar da posição sindical, diz estranhar a posição do Sindicato como se este assumisse uma posição sobre um assunto que não aconteceu. Uma estranheza estranha.
A verdade é que o Sindicato, apontou o próprio Diário, revela que as jornalistas
"foram abordadas por assessores que as acusaram de invadir uma sessão privada, "sugeriram que o facto supramencionado não era passível de notícia e tentaram dar indicações de como deveriam ter feito o seu trabalho". Os assessores chegaram "mesmo a invocar o Código Deontológico para questionar a ética das jornalistas".
Segundo o comunicado, "foram feitos telefonemas para as redacções de ambos os jornais regionais, numa tentativa clara de limitar a liberdade de imprensa".

