DN Lisboa avança com essa possibilidade como solução da "velha guarda" social democrata contra Albuquerque e Manuel António Correia. Uma coisa é certa: o PSD Madeira está longe da estabilidade e da unidade que Albuquerque publicita.
A informação é hoje avançada pelo DN Lisboa, com chamada de primeira página, citando "fontes" do partido: Pedro Coelho, ex-presidente da Autarquia de Câmara de Lobos e atual deputado na Assembleia da República pode vir a ser a terceira via do PSD Madeira numa eventual disputa com Miguel Albuquerque e Manuel António Correia. Uma corrida a três que corresponde, diz o jornal, a uma estratégia da "velha guarda", incluindo-se aqui o antigo presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, que já afirmou publicamente desejar um candidato fora das facções que neste momento pululam no PSD Madeira e dividem-se entre o atual líder e o antigo governante de governos de Jardim, Manuel António. O DN foca essa solução de Jardim em Pedro Coelho e Jorge Carvalho.
O DN salvaguarda que o nome de Pedro Coelho "não reúne “ainda consenso” nas bases do partido, mas é uma aposta da “velha guarda”, com quem muitas vezes teve “afrontas”, mas que agora o apoia, na convicção de que, “todos juntos na divisão” [vários candidatos contra Albuquerque], vai “enfraquecer” o líder do partido e presidente do Governo Regional “até à derrota” e, ao mesmo tempo, não permitir uma “concentração” de apoios em Manuel António Correia".
Pedro Coelho, confrontado com o DN, "limitou-se a um “não”, recusando, apesar de questionado, sem mais palavras, dar mais explicações sobre os “apoios” - que também surgem de setores mais jovens do PSD-M".
Sem dúvida que a queda do Governo, mais do que certa na votação de 17 de dezembro, depois do debate do Orçamento, veio despertar nma possibilidade de novas eleições, uma "inquietação" resultante do facto do PSD-M .não ter maioria absoluta e de estar sujeito às oscilações partidárias no Parlamento e a negociações a que nunca antes tinha sido obrigado. O PSD-M não tem "escola" de negociação na política "caseira" da Região.
A verdade é que, agora, soou os alarmes no PSD-M com a possibilidade de uma "geringonça" que, a concretizar-se, ficaria em condições para tirar o poder ao PSD-M, o que seria um descalabro face às ambições de um partido que governa quase há meio século e só a partir de 2019 é que perdeu essa hegemonia e tem governado com maiorias relativas na base de acordos, de governo ou de Parlamento.
Esta possibilidade de união de forças na oposição, fez com que, internamente, o PSD-M venha procurando, em avisado secretismo face à máquina que está montada para Albuquerque, no sentido de ser encontrada uma solução, mas com a esperança de ser possível mudar depois de Manuel António Correia ter "furado" o poder absoluto de Miguel Albuquerque ao ganhar quase metade do partido, ainda que perdendo eleições, e com Albuquerque a usar o dobro dos meios, partidários e governamentais, deitando mão de todos os expedientes para impedir o antigo governante de chegar à vitória. O que Albuquerque não contou foi com tantos opositores internos, o que levou a uma "expurga" de governantes que apoiaram Manuel António e que passaram de companheiros de partido a "inimigos de estimação", o que não deixou de ser estranho partido que se diz democrata e aberto a diferentes correntes de opinião apesar da liderança.
Albuquerque diz que não sai. Nem do Governo nem do partido. Só se perder eleições e quer saber isso indo a votos. Manuel António vai a eleições contra qualquer candidato, não pode perder, agora, o capital humano que reuniu à volta da sua candidatura, que na verdade está agora mais perto do que estava para ganhar espaço de progressão, beneficiando de algum descontentamento de homens de Albuquerque que pensam esta "intransigência" como uma via aberta para o PSD perder o poder.
Resta saber se a condição de Pedro Coelho permite um avanço de peso ou se é apenas para "baralhar" as contas internas dividindo votos.
Uma coisa é certa: o PSD Madeira está longe da estabilidade e da unidade que Albuquerque insiste em publicitar, uma vez que esta aferição é feita com base nos seus órgãos, nos seus homens, no seu governo, um universo onde só vai ver um não se perder eleições. É a Política no seu melhor/pior.
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