Tudo o que o Papa quer o mundo não tem

O Papa é uma verdadeira inspiração para a forma como devemos viver, conviver, todos juntos para sermos mais fortes. Pena que as sociedades não sejam realmente assim...

O Papa Francisco é um Papa atento, centraliza a sua intervenção na pessoa, na valorização humana, na dignidade de cada um e na responsabilidade de todos na defesa das diferenças, da inclusão, das crianças, do papel da mulher, dos refugiados, uma situação que traduz numa frase: um país que quer segurança, deve dar segurança.

O Papa é uma figura de referência, dá uma lição de vida e a sua visita a Portugal despertou o que há de melhor nas gentes, na comunidade religiosa mas também naqueles que só acreditam no Papa pelo Papa que é e pela mensagem que passa, em diferentes vertentes, sempre forte e precisa sobre os males, muitos, das sociedades modernas, do digital, do indiferente, do distante, da falta de vida pela velocidade dos dias à volta do ter e com o ser secundarizado, adiado, onde fica para amanhã aquele gesto que não vale "dinheiro" mas vale a razão da nossa existência.

O Papa Francisco falou aos jovens, devem viver com algum risco, sem medos, o medo tolda a criatividade. Mas também devem sair do isolamento, sair do eu para o nós, sendo que Francisco está consciente do imdividualismo em que mergulham as sociedades, com uma juventude virada para dentro de cada um, sem tempo para uma construção do coletivo. No fundo, um figurino traçado para o sucesso igual a dinheiro e dinheiro expressa desigualdades: 80% da riqueza está concentrada em 20% da população, como lembrou o Papa.

Francisco falou da pedofilia, dos abusos na Igreja, que os padres devem ser afastados, que os Bispos devem intervir, agir, que as crianças devem encontrar nos padres e na Igreja uma ação de confiança e não uma fonte de abusos. O Papa condena, pede afastamentos da atividade sacerdotal aos prevaricadores e lança assim um alerta ao mundo.

O Papa é uma verdadeira inspiração para a forma como devemos viver, conviver, todos juntos para sermos mais fortes. Valeu a pena esta visita, mobilizou as pessoas e fez refletir sobre o que é a fé independente da Religião.

Pena que as sociedades não sejam realmente como o Papa quer...