"Essa ideia de inventar confusões, quando estamos com sucesso, é uma ideia de auto-flagelação..."

Fotos GR



Há muito tempo que Miguel Albuquerque já dança como Jardim, além de pensar como Jardim e de quase governar como Jardim, com as devidas diferenças estratégicas de formalidades em desfavor do anterior presidente, traído normalmente pela impulsividade do momento. Mas dançar está quase igual, se fosse tocar piano era melhor que o seu antecessor. Viu-se hoje em Santana nas 24 Horas a Bailar, um evento que é cartaz e traz para a rua as raízes de um povo. Albuquerque deu um "pezinho de dança" e fez bem esta proximidade com o povo, esta parte trabalhou bem ao longo dos tempos e hoje é o que é.
Mas tirando esta parte festiva da deslocação, em ano de eleições é ainda mais importante, o presidente do Governo reagiu, no JM, a uma posição pública assumida pelo Representante da República, que em declarações ao mesmo jornal dizia-se com receio relativamente à massificação de um turismo que poderá "adulterar" o destino turístico de qualidade. O chamado, popularmente, como o turismo de "pé descalço".
Ao JM, o presidente reagiu sem falar em nomes, mas sabe-se com quem é. O Representante já não é popular para o PSD, que quer a extinção do cargo, ainda que institucionalmente as relações sejam boas, dito pelas partes. Albuquerque disse que "essa é uma questão falsa, que ninguém tem de temer. "Tínhamos de temer, se isto estivesse às moscas e não tivessemos turistas. Essa ideia de inventar confusões, quando estamos com sucesso, é uma ideia de auto-flagelação...A Madeira está já a trabalhar em encontrar mais soluções para evitar algumas concentrações". Albuquerque entende alertas como "confusões", uma questão de interpretação.
Um "toque crítico de Albuquerque um dia de, coincidentemente, o deputado social democrata Carlos Rodrigues, habitualmente crítico da figura do Representante, sem preocupações do politicamente correto do institucional, ter feito uma publicação onde escreve, puro e duro: "O que fica deste dia da Região é que a figura mais alta, em termos protocolares, continua a ser um nomeado, funcionário não eleito.
INACEITÁVEL! INTOLERÁVEL! REPUGNANTE!"
Mas das 24 Horas a Bailar propriamente ditas, a destreza de Albuquerque, com as palavras, é quase igual como na dança. Foi assim que agradeceu o trabalho que tem sido feito na etnografia, no folclore, na promoção dos nossos costumes e tradições. Agradecer esse trabalho em nome das novas gerações."
"Eles é que são o futuro. E nós temos que manter a chama viva, porque um Povo que não conhece as suas raízes, não sabe o que fazer no presente e muito menos poderá compreender o que quer para o futuro", vincou o Chefe do Governo, ao chamar para junto de si duas crianças, que integram grupos de folclore participantes no Festival, reforçando, assim, um dos objetivos do evento, a preservação das tradições, por forma a estarem presentes na cultura das gerações vindouras.
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