Presidente da Câmara de Santana, do CDS, fez o que tinha dito: só deve respeito e cordialidade a Albuquerque. O dia, para Albuquerque, foi para resolver no CDS o que quer evitar no PSD: "amuos".
Santana esteve hoje no centro dos "amuos" nos partidos da coligação PSD/CDS. Com Miguel Albuquerque colocado no lugar que Dinarte Fernandes queria, ou seja num frente a frente para o autarca, do CDS, dizer ao líder do PSD-M o que se recusou a fazer perante o líder do "seu" CDS: apoio à coligação. O que para Dinarte é uma evolução tremenda para quem sempre foi céptico relativamente a esta aliança para o poder regional, que não quis transpor para a Câmara de Santana onde sozinho ganhou as eleições sem precisar do PSD. Mesmo tendo em conta que em regionais, o PSD tem vencido, foi assim em 2015, foi assim em 2019.
Dinarte aproveitou um ato público de apresentação do empreendimento imobiliário público a custos controlados para desferir novo "golpe" em Rui Barreto e dar a ideia que o líder do CDS precisa do líder do PSD até para "arrumar" a sua própria casa e resolver os focos de instabilidade que porventura estejam latentes no CDS, como era o caso. Ao dizer recentemente que “a única pessoa” a quem deve “respeito e cordialidade” é Miguel Albuquerque, Dinarte está a deitar uma "bomba" no seu próprio partido. E hoje ficou provado que a clarificação pedida por Barreto a Dinarte sobre o facto do autarca aprovar a coligação nos órgãos internos e depois ter outra posição publicamente, surgiu precisamente de Dinarte para Miguel Albuquerque. O que remete Barreto para um segundo plano e permite a Albuquerque "brilhar" e ainda por cima "acenar" com um bom entendimento com Dinarte. Ao jeito da coligação boa, o PSD, e da coligação má (CDS).
Mas este dia em grande para Albuquerque, dado de bandeja pelo CDS, não ficou por aqui em matéria de "amuos". Desta vez para o PSD e quando abordou a elaboração da lista de deputados. Albuquerque admite que esse expediente vai provocar amuos, que já existem em surdina, e por isso remete para o mais tarde possível a divulgação dessa lista, um verdadeiro desespero de tensão nos dois jornais de referência para ver a qual deles caberá a escolha "oficial" de publicação. "Amuos" diferentes em função de interesses diferentes.
Albuquerque tem razão. Tardar a divulgação das listas reduz o tempo de "amuos", mas não os "amuos" em si. Este ano particularmente será complicado, não só na expetativa de ver em que lugar vai José Manuel Rodrigues, do CDS, presidenteda Assembleia e a fazer um final viajado de Legislatura, mas também porque muitos dos que no PSD se colocam na fila nem figuram nos pensamentos do líder. Por isso, encurtar essa reação esperada será uma boa estratégia tantos os candidatos para os lugares disponíveis e para os indisponíveis.
Mas claro que, no fundo, as previsões correm a favor de Albuquerque, as sondagens também. E esse crédito é de tal ordem que põe em sentido eventuais focos de conflito no PSD e ainda dá folga para uma "perninha" para colocar em "ordem" possíveis conflitos no CDS.
Pode ser que o que parece um "passeio" não seja, mas a continuar assim, numa analogia com o futebol, é Albuquerque e mais vinte e muitos.
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