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Marcelo "encurralado"...

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia



Marcelo sabe, também, que além do recurso a novas eleições poder resultar em mais uma vitória do PS porque o PSD ainda não é alternativa, tem outro risco elevado que é aumentar a representação do Chega,





O presidente da República enquanto garante do normal funcionamento das instituições não pode ficar apenas por um comunicado onde discorda da decisão do primeiro-ministro de manter em funções o ministro das Infraestruturas mesmo depois deste ter apresentado a sua demissão.

Quando Marcelo escreve que "o Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do Primeiro-Ministro, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à percepção deles resultante por parte dos Portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem", está a afirmar que fica em causa o prestígio das instituições, situação que por força das suas funções e poderes não pode deixar acontecer.

O problema, aqui, é que António Costa é dos políticos mais hábeis da política portuguesa e esta decisão de manter o ministro João Galamba surge num contexto em que os portugueses estão cansados de tantos casos de um governo "aparelhista" que está a contaminar a sua parte boa faz prevalecer uma atabalhoada governação mesmo num contexto de indicadores de recuperação.

E Costa é hábil por tudo. Sabe que ao manter Galamba contra o Presidente e afirmar ser essa a sua função, também abre a porta a uma função da exclusiva competência presidencial, a demissão do Governo ou a dissolução da Assembleia da República, sendo que a possibilidade de eleições antecipadas pode inclusive dar-lhe nova maioria ainda que não absoluta, uma espécie de regresso ao passado recente de recurso a acordos de esquerda.

Marcelo sabe isso tudo. E sabe, também, que além do recurso a novas eleições poder resultar em mais uma vitória do PS porque o PSD ainda não é alternativa, tem outro risco elevado que é aumentar a representação do Chega, que sendo um partido de protesto, tem neste momento o contexto mais favorável para aumentar o número de votos, o que de certo modo poderá traduzir numa ainda maior radicalização da vida política.

O PSD demonstrou ontem, pela liderança de Luís Montenegro, que lhe falta qualquer coisa para ter estofo e sentido de oportunidade. Primeiro, reagiu intempestivamente com um comentário que minutos depois estava desatualizado, depois emitiu um comunicado e mandou uma convocatória para uma posição pública para hoje. Que falta de estratégia assertiva, até Ventura conseguiu melhor como oposição a este folhetim governativo.

Marcelo deve reagir. Mas como? Dissolvendo o Parlamento da República ou demitido o Governo para a formação de um novo? Se dissolver, se usar a "bomba atómica", acaba tudo para o povo decidir e a comissão de inquérito à TAP extingue-se. Se for pela demissão, pode não ganhar o braço de ferro, mas não perde tudo.

Vamos ver o que decide o "encurralado" Marcelo.


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