Ninguém empurra ninguém tendo como "cartão de visita" 260 votos.
Os parceiros do PSD na Aliança Democrática, coligação concorrente às eleições legislativas nacionais antecipadas para 10 de março, não trazem grande currículo na sua ultima "folha de serviços". Não são, por isso, neste contexto pré eleitoral, uma mais valia para o Partido Social Democrata com ambições de poder para assumir-se com um projeto alternativo aos anos de governação socialista.
Tendo por base as últimas legislativas de 2022, que garantiram a maioria absoluta ao Partido Socialista com 120 deputados e 41,37% dos votos, verifica-se que o PSD "agarra-se" ao CDS que perdeu a representação parlamentar com uma dimensão de votos (89.113) que lhe garantiu apenas 1,60%, pouco para o prestígio que o passado centrista conquistou. O PPM consegue ser pior, registou apenas 260 votos e ficou na cauda da tabela de resultados, situação que não lhe confere qualquer poder negocial e cuja aliança com o PSD fica por explicar precisamente por não haver qualquer vantagem aparente relativamente à estratégia de Luís Montenegro.
O PSD incorre num lapso de avaliação ao tentar reenditar a história da Aliança Democrática. Nem Montenegro é Sá Carneiro nem Nuno Melo é Amaro da Costa. Nem o PPM tem, hoje, um líder como Gonçalo Ribeirinho Teles. É tudo diferente, por isso a Aliança podia ser feita mas com outra denominação pela tentação das comparações, mesmo sabendo-se que desde há alguns anos, Há uma crise profunda de qualidade nas lideranças políticas na Europa e particularmente em Portugal. Há poucos líderes carismáticos e as escolhas do eleitorado são normalmente feitas pelo menos mau e não pelo melhor. Por não haver melhor.
Só mesmo a 10 de março se saberá quanto vale esta AD. Mas se Montenegro espera compensar a falta de carisma e a dificuldade de, sozinho, ganhar alguma vantagem a Pedro Nuno Santos, não sei se conseguirá esse objetivo esperando o tal empurrão dos seus parceiros. Ninguém empurra ninguém tendo como "cartão de visita" 260 votos.
Montenegro pode dizer mil vezes que o governo PS é uma bandalheira. Se não conseguir passar a mensagem aos portugueses e convencê-los das suas capacidades, tem uma decepção a 10 de março. Falta pouco para acertos. Ou então, um CHEGA para cá...
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