"Perdi porque ontem o Funchal perdeu democraticidade"
- Henrique Correia
- 25 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Miguel Gouveia deixa desabafo pela reduzida participação nas presidenciais e faz um alerta: "Aos que perderam mas não se dão por vencidos, cabe-nos a tarefa de cerrar fileiras, não menosprezar um perigo real à democracia, arregaçar as mangas e trabalhar"

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, que este ano irá submeter-se a sufrágio popular, pela primeira vez para o cargo que ocupa, desde a saída de Paulo Cafôfo quando este assumiu o combate para a presidência do Governo Regional, perdendo por pouca margem, teve hoje uma curiosa posição sobre as presidenciais de ontem, não para falar de vitórias, mas sim para falar de uma derrota, que em sua opinião, deixa marcas na cidade do Funchal, na democracia da cidade, melhor dizendo. A derrota a que refere Miguel Silva Gouveia, tem a ver com a abstenção verificada neste ato eleitoral, na cidade capital, que se situou nos 56,4%.
Miguel Gouveia assume em nome da defesa da democracia, de uma ação mais participativa dos munícipes e decide, por isso, carregar os efeitos dessa ausência do povo com uma "pesada" afirmação: "Com tanta gente a cantar vitória, há que ter a humildade de reconhecer quando perdemos. Eu perdi. Perdi porque 56,4% dos funchalenses optaram por não participar nestas eleições. Perdi porque 4.607 funchalenses escolheram a antítese da constituição, do estado social e dos valores humanistas que defendo. Perdi porque ontem o Funchal perdeu democraticidade".
O presidente da Câmara, que pretende ir a votos sem filiação partidária, acreditando que este povo hoje ausente não faça o mesmo nas autárquicas, eleições diferentes e, por isso, comportamentos mobilizadores diferentes, dá
"parabéns aos vencedores", votos para "todas as legitimidades. Precursores ou serôdios". Miguel Gouveia, pelo meio, deixa "escaoar" algumas "farpas" para alguns destinatários, bem identificados: "Aos que perderam mas não se dão por vencidos, cabe-nos a tarefa de cerrar fileiras, não menosprezar um perigo real à democracia, arregaçar as mangas e trabalhar por uma cidade, uma região e um país mais sustentáveis, mais justos, mais livres e com mais participação cívica. Ao trabalho!"
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