Protocolo ajustado no jantar do Marítimo: Governo fora da mesa de honra
- Henrique Correia

- 21 de set.
- 2 min de leitura
Marítimo optou por colocar na Mesa principal o representante da Câmara do Funchal, como se sabe um órgão abaixo do Governo do ponto de vista do protocolo. Se a intenção foi respeitar esse mesmo protocolo.

Imagem Diário de Notícias.
O jantar de gala de aniversário do Marítimo, assinalando os 115 anos, cumpriu-se com fervor clubístico, com muitos sócios, dirigentes e convidados de honra em representação de diversas entidades públicas. Um momento de exaltação de um clube com história, ainda que num contexto de derrota na Taça e de uma passagem pela Liga2. Um momento também de protocolo na perspetiva do bem receber.
No meio de uma noite cheia de Marítimo, chegam-nos algumas observações que fazem algum sentido do ponto de vista protocolar, sendo que são várias as "fontes" que apontam ter havido determinados ajustamentos, que embora desviados dos procedimentos corretos, visaram evitar susceptibilidades de ordem pessoal, sem este um aspeto que ficou acima dos interesses institucionais.
Causou alguma surpresa, por exemplo, duas situações que chamaram a atenção dos mais atentos, uma da responsabilidade do Governo, outra do Marítimo: primeira, ser José Manuel Rodrigues, secretário regional da Economia, a representar o Executivo Regional quando a tutela do Desporto é da secretaria da Educação agora liderada por Elsa Fernandes; segunda, o representante do Governo não ficou na mesa de honra, onde estava o representante da Câmara do Funchal, um órgão protocolarmente abaixo.
Esta situação pode ter resultado de um lapso, de uma informalidade intencional, mas há quem diga que o episódio de crispação do passado, em 2019, entre Tranquada Gomes, hoje presidente da Assembleia Geral do Marítimo, e José Manuel Rodrigues, aquando da negociação entre PSD e CDS para a presidência da Assembleia Regional, que afastou precisamente Tranquada, pode estar ainda muito "fresco" nas relações e sendo assim foi mais avisado separar as ditas figuras. Ignorando as questões protocolares.
Este aparente ajustamento permitiu um outro que também permitiu uma disposição da mesa de honra ao passar o presidente do Conselho Fiscal, Miguel Gouveia, para a mesa onde ficou José Manuel Rodrigues, evitando a mesa principal onde estavavo vice presidente da Câmara do Funchal, Bruno Pereira, que a título de curiosidade, foi derrotado precisamente pela lista que integrava Miguel Gouveia.
Na verdade, mesmo admitindo que as várias entidades presentes obrigaram a uma distribuição menos formal face à necessidade do espaço, não faz sentido que num jantar desta natureza protocolar, de um dos expoentes máximos do desporto madeirense, a Assembleia Regional (representada por Rafaela Fernandes) e o Governo Regional (José Manuel Rodrigues), primeiro e segundo órgãos da Autonomia, respetivamente, não figurassem na mesa de honra. Com isso, evitavam-se leituras e os interesses do Marítimo eram colocados em primeiro lugar.





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