Sucesso, diz Albuquerque; para meia dúzia, diz Filipe

JPP contexta "discurso trunfalista" de Albuquerque: "A verdadeira Madeira é a da mãe que conta os trocos no supermercado, do jovem que não consegue trabalhar ou arrendar casa..."

Miguel Albuquerque foi falar da Madeira numa conferência organizada pela Comissão para as comemorações dos 50 anos da Autonomia, a assinalar no próximo ano. O presidente do Governo reafirmou o que disse recentemente em Bruxelas sobre o facto da Região estar a ser penalizada pelo sucesso, ou seja como os indicadores são positivos, os fundos deixam de ter enquadramento por supostamente haver menos necessidades.

Albuquerque gosta de falar em sucesso, ratifica assim o que diz ser a boa governação, mas não gosta de perder apoios porque isso impossibilita projetos e sobrecarrega o Orçamento. Por isso, nesta conferência da comissão liderada pelo antigo vice presidente do Governo, Cunha e Silva, e com o antigo presidente do Governo, Alberto João Jardim, a ouvir, Albuquerque lembrou "o nosso desenvolvimento, o nosso crescimento, mas, também, as dificuldades acrescidas das regiões ultraperiféricas. Não pude deixar de declarar que a nossa Região está a ser penalizada pelo seu sucesso e de lamentar e alertar para o facto de os custos da ultraperiferia serem permanentes".

Neste contexto de gosto e não gosto de acordo com os interesses, surge o JPP a reagir através de Filipe Sousa, deputado na República. Que a este propósito, contexta o paraíso "retratado" por Miguel Albuquerque, uma crítica ao "discurso triunfalista de Albuquerque desmentido pelo 2.º pior poder de compra”.

Filipe Sousa diz que “a riqueza apregoada pelos governantes regionais é uma miragem para a generalidade dos madeirenses. A Madeira do PSD e do CDS vive de um sucesso que beneficia apenas meia dúzia de pessoas… a publicação do Instituto Nacional de Estatística mostra que a região tem o segundo mais baixo poder de compra do país”.

Como o JPP afirma: “A verdadeira Madeira é a da mãe que conta os trocos no supermercado, do jovem que não consegue trabalhar ou arrendar casa e do idoso que tem de escolher entre a farmácia e a conta da luz.”

O JPP apela a "um novo modelo de desenvolvimento regional, centrado nas pessoas: salários dignos, habitação acessível, justiça social e igualdade de oportunidades".