Uma garotada americana
- Henrique Correia
- 1 de mar.
- 2 min de leitura
Esta aliança Trump/Putin vai querer mandar. E mandar na "lama". Este episódio na Casa Branca foi uma amostra do que pode ser o futuro.

A eleição do presidente dos Estados Unidos, por grande maioria de cidadãos americanos, cúmplices dessa escolha, veio trazer um novo quadro político internacional e um estilo que prima pela garotada institucional. O que é grave do ponto de vista das relações entre países, é inadmissível no quadro aliado da NATO, incompreensível do ponto de vista até das relações pessoais da educação mais elementar. O presidente dos EUA está a ser o desestabilizador da ordem internacional, é um perigo para essa mesma ordem, é um perigo para a democracia tal qual como a conhecemos. A democracia também dá para isto, dá para eleger gente desta, é um modo de operar ditatorial com reflexos para o mundo. Se fosse só para quem escolheu, era colher o que semeou, mas não, é mesmo mau para o mundo.
Receber o lider da Ucrânia e fazer aquele espetáculo com uma reprimenda pública como se tratasse de um aluno em incumprimento, aliado à atitude de um vice presidente que pedia para Zelenski lhe beijar os pés de agradecimento, foi degradante e e é tempo da Europa acordar para o mundo, investir na Defesa e ter voz ativa sem andar sempre, como andou até aqui, debaixo do "guarda chuva" dos Estados Unidos. É tempo da Europa dizer basta e é tempo de uma atitude em contexto Nato. Trump é presidente de uma nação forte, importante, foi eleito democraticamente, mas não é dono do mundo nem dono da verdade absoluta. Se a ajuda à Ucrânia foi dada não é para os ucranianos andarem de chapéu na mão em agradecimento permanente a um Trump qualquer que demonstrou uma falta de respeito sem precedentes, pela forma e pelo conteúdo. Isto sim, permite o direito à indignação, independentemente da história relatar que em qualquer conflito, também neste particular, existem responsabilidades, fruto de procedimentos, em diferentes tempos e em diferentes contextos. Mas agora, nesta parte da história, há um claro agressor, um claro invasor, e um claro invadido. Ponto. E para haver paz, não é com Trump a dizer ao mundo que sem os EUA Zelenski está derrotado e está sem cartas para jogar. E disse-o como se dependesse só dele. Como se não houvesse Europa. Este é um mundo a cair de podre. E não sei se vamos a tempo de travar estas tendências totalitárias eleitas com o voto do povo, o que podendo ser um paradoxo, tem sido uma realidade em muitos países.
A partir de agora, depois deste episódio triste e degradante, intencional para a humilhação pública, que a repetição constante nos diferentes canais ainda faz aumenta mais a revolta, a avaliação do conflito e as negociações de paz terão outros contornos. Mas só se a Europa "acordar", caso contrário esta aliança Trump/Putin vai querer mandar. E mandar na "lama". Este episódio na Casa Branca foi uma amostra do que pode ser o futuro. Uma garotada americana...É a Política a bater no fundo do fundo...
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